Coletivo Inclusão lança cartilha para a contratação de pessoas com deficiência

Coletivo Inclusão lança cartilha para a contratação de pessoas com deficiência

O Coletivo Inclusão acaba de lançar a cartilha Empresas que Transformam –   Caminhos Reais para a Inclusão de Pessoas com Deficiência Intelectual, um guia técnico e acessível para orientar empresas que desejam contratar pessoas com deficiência intelectual. Com 46 páginas, a publicação foi construída a partir da escuta direta dos alunos atendidos pelo Coletivo, que manifestaram o desejo de conquistar autonomia também por meio do trabalho, e da experiência acumulada em oficinas de capacitação profissional como a que hoje é oferecida na APAE de Fazenda Rio Grande.

Com linguagem clara e objetiva, o material reúne os principais aspectos legais, metodológicos e práticos que envolvem a empregabilidade de PcD. Estruturada em blocos temáticos, a cartilha aprofunda como a inclusão impacta positivamente a cultura organizacional, fortalece os pilares ESG e gera valor social. Também oferece orientações para que gestores compreendam e cumpram corretamente a Lei de Cotas (Lei nº 8.213/1991), a Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000) e a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015).

Suporte individualizado

Seguindo a metodologia do Emprego Apoiado, a publicação explica como o ambiente inclusivo garante suporte individualizado ao trabalhador e à empresa, tornando o processo mais seguro e sustentável. A cartilha esclarece ainda sobre a manutenção de benefícios sociais pelos trabalhadores contratados, desmistificando um dos principais receios das famílias e das próprias empresas. E apresenta exemplos de ajustes simples em rotinas de trabalho, sensibilização de equipes e estratégias de acompanhamento técnico para consolidar a inclusão.

Segundo a assistente social Márcia Miranda, gestora do Coletivo Inclusão e organizadora da publicação, a cartilha reflete uma demanda legítima das próprias pessoas com deficiência: “Em nosso trabalho, acompanhamos várias situações resolvidas na vida de pessoas com deficiência, como o acesso à saúde, à cultura, à educação. Faltava a parte do emprego para se tornar cidadão. Acompanhamos muitos alunos nos quais conseguimos ver uma grande evolução e essa parte do sentimento de pertencimento enquanto trabalhador era uma lacuna.” Um dos alunos que buscou autonomia é Luiz Fernando Globoski, 24 anos, um apaixonado por comunicação. Aluno da APAE de Fazenda Rio Grande, ele sempre gostou de produzir materiais para vídeo e redes sociais. Há 3 anos é assistente de redes sociais no Coletivo Inclusão. 

Da teoria à prática

A cartilha conta com o apoio técnico das secretarias de Trabalho e Emprego de Curitiba e Fazenda Rio Grande e do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Curitiba, mas não nasceu apenas de estudos e consultas técnicas. Sua base é a vivência prática da oficina de empregabilidade que o Coletivo Inclusão realiza semanalmente com jovens e adultos com deficiência intelectual. O projeto foi desenvolvido em parceria com a APAE de Fazenda Rio Grande e a Zouk Produções, a primeira produtora a contar com 100% de PcD em seu quadro de recepcionistas. “Nós temos o compromisso de aprimorar habilidades e conhecimentos em temáticas que o aluno possa explorar dentro de si. A pessoa com deficiência gosta de pertencer, de se fazer presente através da prestação de serviços”, afirma Brener Pereira, criador da Zouk e professor da oficina de empregabilidade. 

A oficina atende atualmente 17 alunos em atividades voltadas à atuação em recepção de eventos. Nessas oficinas, os participantes aprendem desde noções de autonomia e cidadania até práticas ligadas ao ambiente profissional, como pontualidade, convivência em equipe, resolução de problemas e desenvolvimento de habilidades específicas. O modelo aplicado pelo Coletivo aproxima os estudantes do dia a dia de uma empresa, estimulando o sentimento de pertencimento e autoconfiança.

Esse trabalho direto com os alunos e suas famílias forneceu ao Coletivo o diagnóstico real das barreiras enfrentadas e os caminhos mais eficazes para superá-las. A cartilha sistematiza esse aprendizado e oferece às empresas um roteiro seguro para transformar boas intenções em contratações efetivas.

*Apoio contínuo às empresas*

O Coletivo Inclusão está preparado para atuar lado a lado com as empresas que decidem investir na inclusão de pessoas com deficiência intelectual. Esse apoio envolve desde palestras de sensibilização para gestores e equipes até o acompanhamento técnico nas etapas de contratação e adaptação no ambiente de trabalho.

Por meio do programa Empresas que Transformam, a organização garante que cada contratação aconteça de forma sustentável, alinhando-se às metas legais e aos valores de ESG de cada companhia. Além disso, o Coletivo oferece suporte contínuo às famílias, fortalecendo a rede de apoio necessária para que a experiência seja positiva para todos os envolvidos. “Pessoas com deficiência que querem trabalhar, há bastante. Mas as empresas ainda têm muita dificuldade em viabilizar essas vagas por motivos culturais, de acessibilidade e desconhecimento. Nossa intenção é criar oportunidades e um ambiente que seja bom para ambas as partes”, conclui Márcia Miranda. 

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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