Empresas não podem demitir ou recusar contratações por ideologia política

Empresas não podem demitir ou recusar contratações por ideologia política
Rafael Galle.

Práticas discriminatórias violam a Constituição Federal e podem gerar indenizações e ações do Ministério Público do Trabalho

Em um momento de forte polarização política, cresce a dúvida entre empregadores e gestores de recursos humanos: é possível demitir ou deixar de contratar um profissional com base única e exclusivamente em sua ideologia política? A resposta é não, conforme explica o advogado e especialista em Direito do Trabalho, Rafael Galle, do escritório GMP | G&C.

De acordo com ele, a legislação brasileira veda qualquer forma de discriminação no ambiente de trabalho, o que inclui a liberdade de pensamento e de convicções políticas. “Se uma empresa decide desligar um funcionário, ou mesmo deixar de contratar um candidato, unicamente pela ideologia que ele defende, corre o risco de sofrer ações trabalhistas, pedidos de indenização por dano moral e até mesmo ser processada pelo Ministério Público do Trabalho”, afirma Galle.

O especialista destaca que o risco de práticas discriminatórias aumenta quando decisões empresariais são tomadas sob pressão de narrativas polarizadas em redes sociais.

“Surfar a onda das redes pode ser um movimento perigoso. O empregador pode estar expondo a empresa a passivos jurídicos desnecessários em nome de um debate ideológico que não deveria interferir na relação de trabalho”, explica.

No entanto, Galle faz uma distinção importante: não se trata de blindar condutas impróprias no ambiente de trabalho. “Se o colaborador utiliza sua posição para difundir ideologias de forma a infringir o Manual do Colaborador, o Código de Ética ou o Regimento Interno da empresa, aí sim é possível aplicar medidas disciplinares, inclusive a demissão por justa causa. Mas nesses casos, a decisão se baseia na conduta e não na forma de pensar”, ressalta.

O advogado reforça que empresas devem adotar políticas claras de compliance e ética, deixando registrado o que é aceitável ou não no ambiente corporativo. “Só assim é possível proteger tanto a organização quanto os trabalhadores dentro da lei”, completa Galle.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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