Ibovespa em recorde e Selic no maior patamar em 20 anos criam cenário inédito para investidores

Ibovespa em recorde e Selic no maior patamar em 20 anos criam cenário inédito para investidores

Enquanto o índice supera os 145 mil pontos, a taxa básica de juros permanece em 15% ao ano, configurando uma “anomalia” que pode abrir espaço para valorização da Bolsa brasileira

O mercado financeiro brasileiro atravessa um momento inédito: o Ibovespa atingiu recorde histórico ao ultrapassar 145 mil pontos, ao mesmo tempo em que a Selic segue em 15% ao ano, o nível mais alto em quase duas décadas. A combinação, considerada atípica por especialistas, pode representar uma oportunidade para investidores que buscam exposição à Bolsa, impulsionada por resultados corporativos robustos e pelo fluxo de capital estrangeiro.

“Estamos vivenciando uma anomalia no mercado. Bolsa e juros altos não costumam andar juntos, mas esse cenário tem se sustentado pelo desempenho positivo das empresas, pela entrada de capital externo e pela perspectiva de cortes futuros de juros no Brasil e nos Estados Unidos”, afirma Mariana Gonzalez, planejadora financeira CPF® na Monte Bravo.

O Ibovespa vem renovando máximas históricas e superou recentemente a marca de 145 mil pontos, consolidando-se como um dos índices mais fortes entre os emergentes. Ao mesmo tempo, a Selic permanece em 15% ao ano, nível que não era registrado desde o início dos anos 2000.

De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, a inflação projetada para 2025 está em torno de 4,8%, e grande parte dos economistas esperam que os cortes na taxa básica ocorram apenas a partir de 2026. No cenário internacional, o Federal Reserve já iniciou o ciclo de redução de juros, o que aumenta a atratividade de países emergentes como o Brasil para o capital estrangeiro.

Oportunidades e riscos

Apesar da taxa básica elevada, o ambiente interno e externo pode sustentar o apetite pelo risco. Empresas listadas na B3 vêm registrando lucros acima das expectativas, tendência que tende a se intensificar com a redução futura dos custos de financiamento. Além disso, o Brasil figura entre os emergentes mais bem posicionados, liderando em alguns períodos recentes em performance cambial e de Bolsa, o que fortalece a entrada de capital estrangeiro.

Segundo Mariana, essa conjuntura pode abrir espaço para que o índice avance nos próximos ciclos. “Com cortes de juros e resultados consistentes, as companhias devem apresentar maior fôlego, e isso tende a se refletir nos preços das ações”, explica. Ainda assim, os riscos permanecem: choques políticos e fiscais domésticos, inflação acima do esperado e volatilidade externa podem interromper o ciclo positivo. “O Brasil vive um ponto fora da curva no mercado financeiro: juros elevados, Bolsa em recorde e perspectivas otimistas que atraem investidores globais. A leitura é que o momento exige cautela, mas também abre caminho para oportunidades de valorização da renda variável”, diz Mariana.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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