MEI e Previdência Social: veja as cinco dúvidas mais comuns para microempreendedores individuais

MEI e Previdência Social: veja as cinco dúvidas mais comuns para microempreendedores individuais
SÃO PAULO, SP, 28.12.2019 – INSS-APOSENTADORIA: O Conselho da Justiça Federal (CJF) liberou cerca de R$ 930,4 milhões de reais para pagar as Requisições de Pequeno Valor (RPVs) para mais de 73 mil segurados. O valor é de quase R$ 60 mil este ano, pagos a quem ganhou ações de concessão ou revisão de aposentadoria, pensões e auxílios. (Foto: Adriana Toffetti/A7 Press/Folhapress)

Especialista em assuntos regulatórios esclarece os pontos recorrentes para quem empreende

Planejar agora a aposentadoria ainda é um desafio para muitos microempreendedores individuais. Apesar de o pagamento mensal do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) já garantir acesso a benefícios básicos da Previdência Social, alguns ainda têm dúvidas sobre como complementar a contribuição, qual o impacto no valor da aposentadoria e se vale a pena investir em previdência privada.

Para ajudar a esclarecer essas questões, a consultora especialista em assuntos regulatórios da Contabilizei, Juliana Ribas, responde às cinco perguntas mais comuns sobre contribuição previdenciária do MEI. Veja a seguir:

  • É melhor pagar o DAS ou fazer a contribuição complementar?

O Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) sozinho garante direitos previdenciários básicos, enquanto a contribuição complementar pode aumentar o valor futuro dos benefícios. Na prática, o MEI recolhe para a Previdência Social de forma simplificada por meio do DAS, com alíquota reduzida de 5% do salário mínimo (R$ 75,90 em 2025), que chega a 12% para transportadores autônomos de carga. Vale lembrar que a contribuição pelo DAS assegura cobertura previdenciária básica, calculada sobre o salário mínimo. Já a Guia da Previdência Social (GPS) permite que o MEI faça contribuições adicionais, para que a aposentadoria e demais benefícios sejam calculados sobre uma faixa superior ao salário mínimo, garantindo condições semelhantes às dos demais contribuintes.

  • Mas como o microempreendedor pode gerar e pagar essa GPS complementar?

A GPS complementar deve ser gerada pelo portal ou aplicativo Meu INSS. Para isso, o MEI deve acessar o sistema com a conta gov.br e, na barra de busca, procurar pela opção “Emitir Guia de Pagamento (GPS)”. Depois, é necessário informar o mês ou período de referência, indicar o valor do salário de contribuição desejado e selecionar o código e a data de pagamento. Após a confirmação dos dados, o sistema disponibiliza a guia para impressão ou download. O pagamento da GPS pode ser feito em bancos, lotéricas ou diretamente pelos aplicativos e sites das instituições financeiras, sendo todas essas opções aceitas pelo INSS.

  • E quanto isso aumenta no valor da aposentadoria futura?

Quando o MEI paga apenas o DAS, ele contribui com 5% do salário mínimo, o que garante apenas o direito à aposentadoria por idade, sempre no valor de um salário mínimo. Ao recolher a GPS complementar, o MEI pode complementar esses 5% até os 20% do salário de contribuição. Isso significa que, se ele optar por contribuir sobre um valor maior (por exemplo, dois ou três salários mínimos), a aposentadoria e demais benefícios do INSS serão calculados com base na nova faixa.

  • O microempreendedor pode escolher sobre qual valor complementar?

A regra é permanecer dentro dos limites estabelecidos pelo INSS. O pagamento do DAS garante 5% sobre o salário mínimo, mas essa contribuição resulta apenas em benefícios calculados nesse valor. Para aumentar a aposentadoria e os demais benefícios, o microempreendedor pode recolher mais 15% sobre um salário de contribuição à sua escolha, que pode variar entre o salário mínimo vigente e o teto do INSS. Isso significa que ele não está restrito ao mínimo: pode optar, por exemplo, por contribuir sobre dois, três salários mínimos ou qualquer valor dentro da faixa permitida. Quanto maior a base escolhida, maior será o valor dos benefícios futuros.

  • Vale a pena mesmo complementar ou é melhor investir em previdência privada ou investimentos?

A escolha depende do objetivo e do quanto o empreendedor está disposto a pagar com recorrência. No caso da GPS, o pagamento mínimo é mais acessível e garante cobertura básica, enquanto o complemento aumenta os benefícios diretamente pelo INSS. Já a previdência privada ou outros investimentos permitem um planejamento financeiro mais robusto, porém sem a rede de proteção social oferecida pelo INSS.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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