BC aprova aumento de capital em instituições ligadas ao Banco Master

BC aprova aumento de capital em instituições ligadas ao Banco Master

Autorização foi dada após órgão barrar compra da instituição pelo BRB

Um mês após barrar a compra de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), o Banco Central (BC) aprovou nesta segunda-feira (13) um aumento de capital de R$ 840 milhões em duas instituições controladas pelo grupo. A decisão ocorre em meio à maior revisão de regulações sobre o setor financeiro dos últimos anos.

Segundo o BC, o Banco Master Múltiplo poderá receber R$ 420 milhões em injeção de capital. Braço digital do grupo, a Will Financeira (Will Bank) está autorizada a receber e R$ 419 milhões. Com os aportes, o capital social do Master sobe para R$ 1,586 bilhão, enquanto o da Will Financeira chega a R$ 789 milhões.

A capitalização ocorre apenas um mês após o Banco Central rejeitar, no início de setembro, a proposta do BRB para adquirir o controle do Banco Master. A operação estava avaliada em R$ 2 bilhões.

O negócio previa a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, o que daria ao banco público do Distrito Federal 58% do capital total do Master. A transação foi rejeitada após análise regulatória e contestação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apontou irregularidades processuais e havia pedido a suspensão do negócio.

Controvérsia

A rejeição marcou o desfecho de uma das negociações mais controversas do setor financeiro em 2025. O Banco Master vinha sendo alvo de desconfiança do mercado devido à sua política de captação agressiva, oferecendo rendimentos muito acima da média. Em alguns casos, o banco oferecia até 140% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), lastreados em ativos de risco, como precatórios (dívidas do governo com sentença judicial definitiva).

O modelo de negócios levou à abertura de investigações pelo MPDFT e pelo Ministério Público Federal (MPF) e à adoção de medidas mais rígidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em maio, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal chegou a suspender a compra pelo BRB, mas a liminar foi cassada dias depois.

Em agosto, o CMN novas regras para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), impondo limites de alavancagem (investimentos com recursos emprestados) e aumento das contribuições de bancos com perfil de maior risco.

As mudanças, que entram em vigor em junho de 2026, foram justificadas pelo BC como forma de reduzir o chamado “risco moral” – quando instituições assumem riscos excessivos por contarem com a proteção do FGC.

Reforço no patrimônio

Mesmo diante do cenário adverso, o grupo Master manteve o plano de reforço patrimonial. Somados aos dois aumentos de capital anteriores, de R$ 1 bilhão cada um, realizados ao longo do ano, o montante injetado em 2025 chega a R$ 2,84 bilhões.

O Will Bank, controlado pelo grupo e voltado ao público digital, segue listado como ativo à venda. A aprovação do BC é vista como uma tentativa de estabilizar as finanças do conglomerado e preservar sua liquidez, após meses de pressão regulatória e especulações sobre sua situação de solvência.

Apesar das restrições impostas à aquisição pelo BRB, a decisão do Banco Central indica a possibilidade de que o grupo Master pode continuar a operar, desde que reforçado com capital próprio e sujeito a regras prudenciais mais rígidas.

Agência Brasil/Foto: Divulgação

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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