Pequenas e médias empresas aderem à energia limpa e relatam queda na conta de luz

Pequenas e médias empresas aderem à energia limpa e relatam queda na conta de luz

Modelo de cooperativa acelera agenda ESG sem onerar o caixa dos negócios

A adoção de critérios ESG deixou de ser uma pauta exclusiva de grandes corporações e passou a integrar a realidade de pequenas e médias empresas (PMEs) em setores como comércio e serviços. A transição para uma economia de baixo carbono tem estimulado modelos de geração de energia descentralizada, entre eles o das cooperativas de energia renovável.

De acordo com dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o movimento de energia cooperativa no Brasil registra 906 cooperativas com geração própria de energia, o equivalente a 22 % do total de cooperativas do país. Essas unidades estão presentes em mais de 650 municípios, com 4.914 empreendimentos de geração e 550 megawatts (MW) de potência instalada — um crescimento de 125 % em relação a 2023.

Resultados

Esse avanço tem impulsionado negócios locais no Sul do Brasil. Em Curitiba, o pet shop Ecocão, com foco em práticas sustentáveis, relata resultados expressivos desde a adesão ao modelo de cooperativa de energia. Com alta demanda de energia elétrica para funcionamento de equipamentos como chuveiros elétricos, secadores, sopradores e climatização permanente do ambiente, o estabelecimento economizou R$200 já no primeiro mês — valor que representa mais de R$2 mil ao ano.

“A redução no custo fixo está sendo direcionada para melhorias estruturais e aquisição de novos equipamentos, o que reforça nosso crescimento”, relata a proprietária Caroline Aranalde. O pet shop atua com produtos hipoalergênicos, veganos e biodegradáveis, e oferece atendimento sem gaiolas, promovendo o bem-estar animal como parte da proposta do negócio.

Bruno Marques, diretor comercial da Nex Energy, destaca que esse perfil de empresa é exemplo de como a geração distribuída de energia pode fortalecer o tripé da sustentabilidade. “O caso do pet shop mostra que é possível integrar responsabilidade ambiental e eficiência operacional. A energia cooperada se encaixa bem nesse tipo de operação porque oferece alívio financeiro e ainda contribui com os compromissos socioambientais que já fazem parte da rotina desses empreendimentos”, afirma.

Outro exemplo vem da rede de lojas Beagle, do ramo vestuário, que utiliza baixa tensão, com unidades no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Inserida no setor varejista, a operação lida com custos fixos elevados e já vinha adotando iniciativas sustentáveis no ponto de venda, como a eliminação de plásticos e o uso de embalagens de papel reciclado. Após a migração para a energia limpa, realizada por meio do modelo cooperativo, a principal mudança percebida foi na fatura mensal. “A única mudança foi no valor da conta de luz — e para melhor”, diz a subgerente Evelyn. Segundo ela, o fornecimento continuou estável, sem necessidade de obras ou ajustes operacionais, e a economia obtida amplia a capacidade de reinvestimento em ações sustentáveis dentro da loja.

“A migração para energia limpa não exige obras, não altera o funcionamento da empresa e ainda entrega retorno financeiro imediato. Isso é particularmente importante para redes e franquias, que precisam de soluções escaláveis e padronizadas para várias unidades”, explica Bruno Marques.

A NEX Energy conecta usinas de energia renovável a consumidores residenciais e empresariais por meio de um modelo cooperativo, tornando o acesso à energia limpa mais simples, econômico e sustentável. A operação é regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e utiliza o sistema de compensação de créditos para abater o consumo na conta final do cliente. Com base nas projeções para a agenda ESG, iniciativas que envolvem a redução direta de emissões por meio de fontes renováveis serão prioridade para investidores e consumidores. Nesse contexto, a energia cooperativa tem se mostrado uma estratégia eficiente e viável para PMEs que buscam ampliar sua competitividade e sustentabilidade ao mesmo tempo.

Crédito da foto: Freepik

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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