Salários em Produto Digital superam R$ 30 mil em 2025

Salários em Produto Digital superam R$ 30 mil em 2025

Panorama do Mercado de Produto 2025-2026 ouviu mais de 2 mil profissionais e traça retrato inédito sobre remuneração, carreira e tendências para o setor

O mercado de Produto Digital no Brasil vive um novo ciclo de maturidade após oscilações macroeconômicas e aceleração do setor tech nos últimos anos. A recém-lançada edição do estudo “Panorama de Salários de Produto 2025-2026”, promovida pela PM3, mapeou a experiência de 2.090 profissionais atuantes em todo o país e revelou avanços, desafios e movimentos de reestruturação do segmento.

O levantamento identificou um salário médio de R$ 12.565,10 no setor de Produto em 2025, com crescimento nominal de 4,05% sobre o ano anterior. Esse dado marca uma fase de estabilização após a primeira queda real da série histórica em 2024, e evidencia a volta da valorização dos profissionais com maior qualificação e experiência.

Avanço na remuneração e papel da formação

A faixa salarial predominante está entre R$ 12.001 e R$ 20.000 (33,84%), com 8,28% dos profissionais entre R$ 21.001 e R$ 30.000. No topo, 2,74% recebem acima de R$ 30 mil mensais, teto alcançado por lideranças seniores e especialistas de alta demanda. O regime CLT permanece como o mais adotado (78,25%), ainda que haja leve aumento do modelo PJ, principalmente entre chefias e executivos.

O Product Manager se destaca pelo maior salto salarial na comparação anual: média de R$ 14.382,15, avanço de 9,89% em relação a 2024, resultado que supera a inflação. Já o Product Owner cresceu em representatividade, tornando-se o segundo cargo mais citado, passando de 13,12% para 18,23% da amostra, mas apresentou queda salarial média de 5,92%, refletindo um cenário de maior entrada de profissionais em início de carreira e reposicionamento do papel em estruturas organizacionais.

A qualificação formal se consolidou como critério competitivo: 58% dos respondentes já têm pós-graduação ou MBA, sendo a área de Produto uma das de maior exigência acadêmica do ecossistema de tecnologia brasileiro. Mulheres, jovens e talentos negros vêm ampliando espaço, mas ainda há desafios estruturais de ascensão.

Tendências, novos cargos e recorte de funções

De promissora a essencial, a área de Produto se firmou como motor estratégico de empresas digitais. Em 2025, cargos tradicionais, como Product Manager e Product Owner, recuperaram espaço após períodos de fragmentação (entrada de novas nomenclaturas como AI Product Manager e Product Ops). Lideranças intermediárias também cresceram: Head de Produto, Product Lead e Group Product Manager somam 11,05% da amostra, sugerindo uma progressão de carreira mais clara e um fortalecimento da camada estratégica nas organizações.

Por outro lado, posições técnicas e de entrada, como Analista de Produto e Associate Product Manager, também aumentaram participação, refletindo fluxo contínuo de novos talentos e impacto positivo de programas de formação e inclusão.

Diversidade e desafios no topo

Em Product Manager, a proporção entre homens (50%) e mulheres (48,82%) está tecnicamente equilibrada em cargos médios e intermediários. Porém, essa equidade não se mantém nos salários mais altos: entre quem recebe acima de R$ 30 mil, apenas 2,16% são gestoras mulheres, contra 7,77% dos gestores homens. Em média, mulheres ainda ganham 8,69% menos que homens, embora a diferença venha diminuindo nos últimos anos.

Regionalização e movimentos do ecossistema

São Paulo centraliza as remunerações mais altas: mais de 38,47% dos profissionais com salários acima de R$ 15 mil atuam no estado, seguido por Minas Gerais (onde 21,90% dos profissionais estão na faixa entre R$12.001 e R$15.000) e Rio de Janeiro (27,94% dos profissionais estão acima da faixa de R$15.000), cujo avanço em médias salariais reflete maturidade organizacional. Polos como Santa Catarina e Paraná ganham relevância na formação de hubs regionais, e o Nordeste avança gradualmente rumo à descentralização dos talentos em Produto Digital.

Recomendações estratégicas para empresas e profissionais

O Panorama PM3 chama atenção para a necessidade das empresas investirem em planos de carreira transparentes e trilhas de desenvolvimento contínuo para retenção de talentos. Para os profissionais, a chave é buscar diferenciação por meio de capacitação em gestão, inovação, dados e inteligência artificial, áreas que puxam os maiores aumentos salariais nas organizações mais inovadoras.

“O setor mostrou resiliência e reage com mais maturidade após anos voláteis. O desafio agora é avançar em diversidade, ampliar polos regionais e desenhar trilhas para preparar o Brasil para o futuro digital”, destaca Marcell Almeida, CEO da PM3.

O que é Produto Digital e por que ele importa

O setor de Produto Digital é responsável por planejar, desenvolver e aprimorar soluções tecnológicas que geram valor para empresas e usuários. Engloba tudo o que envolve aplicativos, plataformas, serviços online e softwares corporativos, garantindo que essas soluções atendam a necessidades reais do mercado e ofereçam boas experiências aos usuários.

Trata-se de uma área que atua na interseção entre negócios, tecnologia e experiência do usuário (UX). Por isso, reúne times multidisciplinares formados por profissionais com diferentes especialidades, que trabalham de forma colaborativa para definir estratégias, priorizar funcionalidades e guiar a evolução dos produtos.

Entre os principais cargos estão:

– Product Manager (PM) e Product Owner (PO), responsáveis por definir a visão, as metas e o direcionamento estratégico do produto;

– Especialistas em UX (User Experience), que garantem usabilidade e experiências centradas no usuário;

– Profissionais de Product Marketing, que conectam produto e mercado, apoiando lançamentos e posicionamento;

– Especialistas em agilidade e dados, que ajudam a tornar os processos mais eficientes e baseados em evidências.

No Brasil, o campo de Produto Digital vem se consolidando como uma área estratégica nas empresas, fundamental para impulsionar inovação, gerar receita e fortalecer a competitividade em um cenário de transformação tecnológica acelerada.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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