Benefícios alimentação e refeição têm aumento real em 2025 e reforçam poder de compra dos trabalhadores
Alta é de até 4,8% no valor médio dos benefícios e crescimento da participação na renda mensal
A Alelo, empresa líder em benefícios, gestão de despesas corporativas e incentivos, em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), divulga o Panorama de Benefícios Brasil referente ao terceiro trimestre de 2025. O estudo traz dados inéditos sobre o valor médio dos benefícios Alelo Alimentação e Refeição, frequência de uso, poder de compra e contribuição para a renda do trabalhador.
Entre os destaques, o benefício alimentação apresentou crescimento real de 4,8% em relação a 2024, alcançando R$ 464,00, enquanto o refeição teve alta de 2,7%, chegando a R$ 575,80 — com os maiores valores registrados no Distrito Federal, Espírito Santo e São Paulo. Somados, os dois benefícios correspondem a 32,5% da renda média dos trabalhadores formais, evidenciando seu papel essencial na preservação do poder de compra e no fortalecimento do consumo no país.
A seguir, são apresentados os destaques desta edição, considerando os resultados até setembro de 2025:
- Valor médio dos benefícios: no mês de referência (setembro/2025), o valor médio do benefício alimentação foi de R$ 464,0, o que representou um incremento real (isto é, acima da inflação) de 4,8% em relação a setembro de 2024. Comparativamente, nesse mesmo intervalo temporal, o valor médio do benefício refeição cresceu 2,7% em termos reais, para R$ 575,8 por mês. Sob o ponto de vista setorial, os maiores valores médios mensais para o benefício alimentação foram pagos a trabalhadores formais empregados em atividades econômicas ligadas à construção (R$ 558,5), serviços (R$ 493,6) e indústria (R$ 446,3). Comparativamente, no caso da modalidade refeição, os maiores valores foram creditados para trabalhadores formais em atividades ligadas à indústria (R$ 616,9), construção (R$ 615,0), e agropecuária (R$ 601,7). Regionalmente, os maiores valores médios de alimentação foram identificados no Distrito Federal (R$ 637,5), Espírito Santo (R$ 542,8), Paraná (R$ 527,9) e Rio de Janeiro (R$ 474,3). Já no caso do benefício refeição, os patamares mais elevados foram apurados em: Alagoas* (R$ 721,0), Tocantins (R$ 640,4), São Paulo (R$ 628,6) e Rio de Janeiro (R$ 583,2).
- Gasto médio por transação: o valor médio gasto em transações com o benefício alimentação foi de R$ 98,7 em setembro de 2025, o que corresponde a uma queda real de 6,2% em relação ao mesmo mês de 2024. No caso de refeição, houve um recuo real de 2,5% nos últimos 12 meses, para R$ 469. A redução no valor médio por transação pode ser reflexo de queda no consumo, preços menores dos produtos e serviços adquiridos e/ou pulverização dos gastos em mais compras de menor valor.
- Duração média dos benefícios: considerando o prazo médio necessário para utilização integral do valor mensal recebido por trabalhadores formais, a duração média do benefício alimentação foi estimada em 13,7 dias corridos em setembro de 2025, o que correspondeu a um recuo de 4,3% em 12 meses. Comparativamente, a duração média do benefício refeição foi de 21,9 dias corridos no último mês, prazo 3,7% inferior ao observado no mesmo período do ano passado. Embora essas flutuações não sejam significativas para padrões históricos, elas podem estar relacionadas a mudanças nos hábitos de consumo e na disposição a consumidor, refletindo, por sua vez, variações na renda, nos valores dos benefícios e nos preços de produtos e serviços que mais pesam no orçamento doméstico.
- Intervalo médio entre usos dos benefícios: com base em informações de setembro de 2025 sobre o gasto médio por transação, valor médio dos benefícios e duração média do saldo dos benefícios recebidos mensalmente pelos trabalhadores formais, o intervalo entre os usos do benefício alimentação foi estimado em 5,9 dias, o que representou uma discreta variação de 0,2% em relação a setembro de 2024 (5,9 dias). Comparativamente, a frequência de utilização do benefício refeição envolveu um espaçamento médio de 4,1 dias entre as transações efetuadas no último mês, o que corresponde a uma elevação de 5,5% em relação ao intervalo médio em setembro de 2024 (3,9 dias).
- Valor da cesta básica: de acordo com levantamento a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida pelo Dieese em parceria com a Conab, São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 842,3), seguida por Porto Alegre (R$ 811,4), Florianópolis (R$ 811,1) e Rio de Janeiro (R$ 799,2). Os menores valores médios foram registrados em capitais do Nordeste: Aracaju (R$ 552,7), Maceió (R$ 593,2), Salvador (R$ 601,7) e Natal (R$ 610,3). Importante salientar que parte das diferenças encontradas decorre da composição das cestas básicas, que busca refletir hábitos de alimentação e consumo: itens como batata e farinha de trigo, comuns no Centro-Sul, dão lugar à mandioca e à farinha de mandioca no Norte e Nordeste. Além disso, a quantidade de carne (4,5 kg) é inferior no Norte e Nordeste em relação à dieta do Centro-Sul do país.
- Valor da refeição completa: segundo dados mais recentes divulgados pela Pesquisa Preço Médio ABBT, referentes a setembro de 2025, as cinco capitais federativas com refeição completa (composta por prato principal, bebida, sobremesa ou fruta, e café) mais caras eram: Florianópolis (R$ 65,0), João Pessoa (R$ 63,7), Rio de Janeiro (R$ 63,4), Aracaju (R$ 62,4) e São Paulo (R$ 62,3). Comparativamente, as capitais em que refeições completas custavam, em média, relativamente menos foram: Belo Horizonte (R$ 47,3), Goiânia (R$ 48,0), Fortaleza (R$ 50,1), Teresina (R$ 51,1) e Manaus (R$ 51,5).
- Poder de compra dos benefícios: em setembro de 2025, o valor médio do benefício alimentação era suficiente para arcar com 59,4% do valor médio de uma cesta básica de referência. Em relação ao mesmo período de 2024, esse percentual registrou um aumento de 2,5 pontos percentuais, representando um incremento no poder de compra desse benefício para os trabalhadores. Comparativamente, o valor médio do benefício refeição correspondeu a 43,2% do valor total das 22 refeições (parâmetro de referência para cálculo do benefício mensal pago aos trabalhadores formais), percentual que exibiu um discreta retração em 12 meses (-0,1 ponto percentual). Como resultado desse cálculo, o valor médio do benefício refeição era suficiente para custear cerca de 9,5 refeições em setembro de 2025 – ou aproximadamente uma refeição por dia útil durante duas semanas de trabalho.
- Contribuição média do benefício na renda do trabalho: em termos comparativos, o valor médio do benefício alimentação em setembro de 2025 (R$ 450,9) correspondeu a cerca de 14,5% do rendimento médio recebido mensalmente por trabalhadores empregados com carteira assinada no trimestre móvel encerrado em setembro (R$ 3.200). Essa proporção cresceu marginalmente em 12 meses (+0,4 ponto percentual). Quanto à contribuição do benefício refeição (R$ 559,5), o valor mensal recebido pelos trabalhadores com carteira assinada correspondeu a 18,0% do rendimento mensal, o que representou um discreto incremento (+0,1 ponto percentual) em relação setembro de 2024. Como resultado, o somatório dos dois benefícios representou até 32,5% da remuneração média mensal dos trabalhadores formais em setembro de 2025 – quase um terço da renda habitual. Os dados reforçam o papel desempenhado pelos benefícios ligados ao PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) para custear a alimentação em domicílio e refeições fora de casa, ajudando a preservar o poder de compra do orçamento familiar diante de oscilações nos preços, especialmente de produtos e serviço essenciais. Além disso, a participação expressiva desses benefícios na renda reforça seu papel não apenas como instrumento de incentivo ao consumo, mas também como mecanismo indireto de proteção social, capaz de amortecer pressões inflacionárias sobre o orçamento dos trabalhadores de menor renda e contribuir para a estabilidade do consumo de alimentos e refeições fora do lar ao longo do mês.


