Motiva vende 20 aeroportos para o Grupo Aeroportuario del Sureste por R$ 11,5 bi
Considerada a maior transação de aeroportos em andamento no mundo, a operação simplifica o portfólio e gera valor, acelerando crescimento mais sinérgico e rentável
A Motiva, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, anunciou nesta terça-feira (18) a venda de 100% da sua plataforma de aeroportos para a Aeropuerto de Cancún, S.A. de C.V., uma subsidiária do Grupo Aeroportuario del Sureste, S.A.B. de C.V. (ASUR), que opera nove aeroportos no México e outros sete na América Latina. A transação, no valor total de R$ 11,5 bilhões, sendo R$ 5 bilhões em equity pelas participações acionárias da Companhia nos ativos aeroportuários, e R$ 6,5 bilhões em dívidas líquidas, se refere à alienação de 100% das ações detidas pela Motiva na CPC Holding, veículo que consolida as cotas da Companhia nos seus 20 aeroportos.
Maior transação aeroportuária em curso no mundo neste momento, o processo competitivo internacional atraiu o interesse de mais de 20 grupos europeus, latino-americanos e asiáticos, superando as expectativas da Companhia. A previsão é de que a conclusão do processo aconteça em 2026, após a aprovação pelo poder concedente e pelos órgãos de defesa da concorrência. Até o fechamento, a Motiva seguirá tocando a operação, mantendo o quadro atual de colaboradores e assegurando o cumprimento integral dos contratos vigentes e investimentos previstos.
A venda da plataforma de aeroportos marca mais um avanço na estratégia de simplificação do portfólio com destravamento de valor, anunciada pela Companhia no seu plano estratégico Ambição 2035, que prioriza o crescimento rentável, seletivo e sinérgico de seus negócios e a eficiência operacional superior para a criação de valor sustentável.
“Ao avançarmos na reciclagem de capital e simplificarmos o nosso portfólio, ampliamos a nossa capacidade de investimento nos segmentos estratégicos para nossa companhia, em especial de rodovias e trilhos. Esta transação, de alta relevância para a execução de nosso Plano Estratégico Ambição 2035, vai destravar valor em nosso portfólio e simplificar nosso modelo de negócio, fortalecendo a nossa posição para liderarmos o futuro da mobilidade no Brasil,” afirmou o CEO da Motiva, Miguel Setas.
Pelos termos da transação, os ativos foram precificados a um múltiplo EV/EBITDA (LTM) de 8,8x at stake, acima do múltiplo atual da Motiva, proporcionando criação de valor. Os recursos da operação serão utilizados para a redução do endividamento da holding.
Com a conclusão do negócio, a alavancagem consolidada, que considera as controladas em conjunto com a Motiva, cairia de 3,5 vezes para menos de 3,0 vezes, ampliando a capacidade financeira da Companhia para fazer frente ao pipeline de R$ 160 bilhões de oportunidades mapeadas para os próximos anos para concessões rodoviárias, de trens e metrôs no Brasil, além de otimizar a estrutura de capital e melhorar o perfil de risco do portfólio.
“A operação de venda da plataforma de Aeroportos da Motiva reforça o nosso compromisso com a disciplina de capital e a seletividade na alocação de nossos recursos. Ao melhorar o perfil do nosso endividamento e praticamente zerar o endividamento líquido na holding, fortalecemos nossa capacidade de entregar resultados superiores ao mercado e de estarmos bem-preparados para capturar as melhores oportunidades no robusto pipeline de concessões no Brasil”, afirma o Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores e Presidente da Motiva Aeroportos, Waldo Perez.
Plataforma de Aeroportos
A Motiva Aeroportos, agora integralmente vendida à ASUR, reúne 20 operações aeroportuárias na América Latina, sendo 17 no Brasil e três em outros países da região, com movimento anual de cerca de 45 milhões de passageiros e mais de 200 rotas regulares. Estes números colocam a operação como a terceira maior do Brasil, com ativos estratégicos, como os aeroportos de Curitiba, Belo Horizonte e Goiânia.
Nos 12 meses encerrados no terceiro trimestre de 2025, a Receita Líquida do negócio de Aeroportos da Motiva totalizou R$ 2,96 bilhões e o EBITDA alcançou R$ 1,52 bilhão, com margem de 51%, além de 524 mil toneladas de carga movimentadas. Esses indicadores traduzem uma plataforma resiliente, diversificada e eficiente, apta a capturar crescimento com qualidade de serviços, produtividade e robusto fluxo de caixa.
Simplificação de portfólio
O anúncio da venda dá sequência às entregas do Plano Estratégico da Companhia comunicado ao mercado, que previa a otimização do portfólio, iniciada em 2023, e que inclui a desmobilização da operação de Barcas (RJ) e a otimização contratual da BR-163/MS, hoje Motiva Pantanal.
“Com a realização desta transação, a Motiva reforça a sua estratégia de criação de valor sustentável aos seus acionistas e à sociedade. Como anunciamos no Capital Markets Day de 2025, a Companhia está em um movimento de “back to basics”, para se tornar mais simples e com uma expansão mais focada, rentável e sinérgica”, conclui Setas.
A conclusão da operação depende da verificação de condições precedentes, nomeadamente da aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), bem como de credores, além das aprovações regulatórias nas restantes jurisdições onde a Motiva Aeroportos detém operações.


