Black Friday perde brilho, mas comércio aposta no Natal

Black Friday perde brilho, mas comércio aposta no Natal

Com foco nas festas natalinas e no reforço de equipes, varejo e serviços projetam milhares de contratações temporárias, mesmo diante da perda de fôlego

A Black Friday, antes considerada o grande motor de vendas do varejo brasileiro no segundo semestre, vem perdendo fôlego entre os lojistas. Margens apertadas, custos de promoção elevados e consumidores mais seletivos têm levado parte do setor a reduzir esforços na data e priorizar o Natal, que segue como a principal oportunidade para ampliar o faturamento. Ainda assim, o mercado de trabalho no comércio e serviços deve se aquecer no período: levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil projeta a abertura de 118 mil vagas para o fim do ano, incluindo contratações temporárias, efetivas, informais e terceirizadas.

Segundo o estudo, 33% das empresas já contrataram ou pretendem contratar trabalhadores para o período. Entre elas, metade deve recorrer à temporários, com contratos que duram em média 2,5 meses, chegando a quase três meses nas capitais. A expectativa é que 47% desses profissionais possam ser efetivados ao final da temporada. Vendedores, cabeleireiros, ajudantes, manicures e balconistas estão entre as funções mais demandadas. A remuneração média prevista gira em torno de R$ 1.819,36, com a maioria das empresas pagando entre um e dois salários mínimos.

Para Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio diretor da Multimarcas Consórcios, “a instabilidade econômica do país é o agente dificultador de um padrão de vida financeira saudável para o cidadão comum. A alta inadimplência deve-se à situação dos salários baixos e desemprego elevado. É necessário que a educação financeira seja mais incentivada em nossa sociedade e com isso milhares de trabalhadores aproveitam a oportunidade do trabalho nos  meses finais do ano para colocar em dia as contas e ter um fim de ano mais tranquilo”.

Enquanto isso, lojistas avaliam que a Black Friday já não compensa financeiramente como em anos anteriores. Muitos relatam que, embora a data ainda movimente setores como eletrônicos e tecnologia, o esforço em descontos e campanhas não gera o mesmo retorno que as vendas natalinas. Com a injeção do 13º salário e a busca por presentes, o fim do ano continua a representar a grande chance de equilibrar as contas. Na Black Friday 2024, 83% dos brasileiros compraram antecipadamente e apenas 10% deixaram para comprar no dia, segundo dados da pesquisa realizada pelo Opinion Box. 

Em ambas as edições da Black Friday, 2 em cada 3 consumidores gastaram entre R$ 100 e R$ 1.000, o que reforça a consolidação dessa faixa como o principal patamar de consumo. 67% afirmaram ter comprado um produto que realmente precisavam e que estava com boa promoção, enquanto a lista dos arrependidos aumentou com 14% dos entrevistados confirmando que compraram por impulso, 9% sentiram que pagaram caro e que não compensou e que  7% se arrependeram da compra, confirma a pesquisa.

Para os consumidores, o especialista considera que é melhor planejar do que comprar por impulso. “Com um planejamento financeiro, é possível aproveitar com tranquilidade o fim de ano. Festas, viagens e compras, poderão fazer parte do orçamento do consumidor desde que este seja seguido à risca para que assim inicie um novo ano sem dívidas”, finaliza o especialista.

Na prática, mesmo diante da perda de força da Black Friday, o varejo brasileiro mantém expectativas positivas para os próximos meses. O reforço de equipes temporárias é visto como essencial para atender a demanda do Natal e também como porta de entrada para milhares de trabalhadores que podem conquistar uma vaga efetiva em 2025.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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