Nextcomm apresenta enfermeira virtual como proposta para ampliar prevenção à saúde

Solução mostra como a inteligência artificial pode apoiar equipes médicas e reforçar a medicina preventiva
A Nextcomm, empresa paranaense especializada em soluções inovadoras para comunicação corporativa, levou ao Simpósio das Unimeds do Paraná (Suepar), realizado em agosto em Foz do Iguaçu (PR), a proposta de uma enfermeira virtual baseada em inteligência artificial. A solução inovadora, já em fase de implantação, foi desenvolvida para mostrar como a tecnologia pode apoiar equipes médicas no acompanhamento de pacientes crônicos e reforçar práticas de medicina preventiva.
A proposta da enfermeira virtual não é substituir profissionais de saúde, mas sim atuar como parceira tecnológica. O sistema pode fazer contatos ativos por telefone ou WhatsApp, coletar informações sobre sintomas, uso de medicamentos e rotina dos pacientes, bem como enviar os dados diretamente para o prontuário eletrônico. Dessa forma, possibilita ampliar a capacidade de monitoramento, enquanto as enfermeiras humanas concentram esforços nos casos críticos que exigem avaliação imediata.
Segundo Luiz Santin, CEO da Nextcomm, o objetivo é oferecer escala sem perder a qualidade do acompanhamento. “Hoje, uma enfermeira consegue ligar para uma dezena de pacientes por dia. Com a inteligência artificial, é possível multiplicar esse alcance em milhares de contatos diários, incrementar a base de pacientes acompanhados e ainda processar rapidamente essa grande quantidade de dados. Dessa forma, o profissional humano se concentra nos casos que realmente precisam da sua atenção”, complementa.
Adicionalmente, a proposta dialoga com um desafio comum às operadoras de tornar possível um modelo preventivo de cuidado, no qual o plano de saúde se antecipa a problemas de saúde em vez de agir apenas de forma reativa quando o paciente procura atendimento.
Comunicação digital como base da inovação
Fundada em 2008 em Curitiba, a Nextcomm consolidou sua atuação no desenvolvimento de plataformas de comunicação que integram telefonia, WhatsApp e inteligência artificial.
Entre os produtos lançados em 2025 estão: Next_Ai; Judite — uma assistente de voz que ouve, entende e responde em tempo real a chamadas telefônicas; Next_CRM; soluções Omnichannel como o Next_Chat; e serviços de cibersegurança. Desde 2024, a empresa integra o Hall das principais empresas inovadoras do Paraná e faz parte da Hotmilk, ecossistema de inovação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Além disso, recentemente foi indicada ao Open Innovation Awards – Edição Especial Campeãs da Década, celebração que marca a 10ª edição do Ranking 100 Open Startups
No caso da enfermeira virtual, o diferencial está na união da expertise em comunicação digital e inteligência artificial com as necessidades do setor de saúde. “A essência do nosso trabalho é organizar a comunicação. Quando o contato com o paciente é rápido, direto e bem estruturado, o impacto é imediato na qualidade do atendimento e na eficiência dos planos de saúde”, explica Santin.
A proposta apresentada no Suespar seguiu exatamente essa lógica. Pacientes fictícios recebiam uma mensagem informando sobre o contato da enfermeira virtual. Em seguida, o sistema ligava para coletar dados simples, como pressão arterial, alimentação, exercícios físicos, glicemia, adesão a medicamentos ou sintomas relatados. As informações eram registradas automaticamente em um sistema de acompanhamento.
Para Santin, a inovação está menos na substituição do humano e mais na ampliação da capacidade de atendimento. “A enfermeira virtual não tira o lugar da profissional. Pelo contrário, entrega a ela um conjunto de informações organizadas e em tempo real, para que use sua experiência onde realmente faz diferença. É a inteligência artificial como suporte, não como concorrência”, reforça.
Potencial para prevenção e sustentabilidade
A medicina preventiva tem sido apontada como um dos caminhos mais eficazes para equilibrar custos e qualidade no setor de saúde suplementar. A própria Organização Mundial da Saúde destaca que a coleta sistemática de informações, associada ao monitoramento regular, reduz a sinistralidade dos planos e evita hospitalizações.
Nesse sentido, a proposta da Nextcomm surge como um reforço tecnológico para práticas que já existem, mas que encontram barreiras de escala. “A maioria dos planos de saúde já tem programas de acompanhamento de crônicos, mas depende de uma equipe limitada. O que estamos mostrando é que, com tecnologia nacional, é possível ampliar essa cobertura para muito mais gente”, observa Santin.
O estande da empresa em Foz do Iguaçu serviu como vitrine para esse conceito. Por meio da dinâmica do simpósio, em que todos os participantes eram incentivados a visitar os expositores, a Nextcomm conseguiu apresentar a ideia para cooperativas médicas de diferentes regiões do Brasil. O resultado, segundo Santin, foi um retorno positivo de gestores que enxergaram na enfermeira virtual uma alternativa viável para reduzir custos e, ao mesmo tempo, melhorar a experiência do paciente.
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