Fusões e aquisições no consumo recuaram 10% em 9 meses
O setor que mais se destacou na área foi o de hotéis e restaurantes
As empresas do setor de consumo realizaram 94 operações de fusões e aquisições, nos nove primeiros meses deste ano. Trata-se de uma queda de 10% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram fechados 105 negócios. Deste total de transações, apenas 19 envolveram fundos de investimentos de private equity e venture capital. Dos oito setores pesquisados, apenas três tiveram um bom desempenho durante o período. O estudo é feito trimestralmente pela KPMG com 43 áreas da economia.
Os setores que se destacaram no acumulado dos nove meses deste ano foram os seguintes: hotéis e restaurantes, 13 (aumento de 44% em relação ao mesmo período de 2024); higiene, 6 (+20%) e de alimentos, bebidas e fumo, 38 (+2,70%). Por outro lado, na lista de áreas analisadas com redução nas operações estão: shoppings centers, com 1 transação (-90%); embalagens, 2 (-50%); vestuário e calçados, 4 (-33%); lojas de varejo, 12 (-20%) e supermercados, 18 (-5,26%).
Já com relação ao tipo de operação realizada, das 94 concretizadas de janeiro a setembro de 2025, 66 são do tipo domésticas, ou seja, ocorreram entre empresas brasileiras, 16 do tipo CB1; 7 CB2; 1 CB4; 4 CB5.
| Fusões e aquisições – 9 meses | |||
| Consumo | 2024 | 2025 | % |
| Alimentos, bebidas e fumo | 37 | 38 | +2,70 |
| Vestuário e calçados | 6 | 4 | -33% |
| Hotéis e restaurantes | 9 | 13 | +44% |
| Lojas de varejo | 15 | 12 | -20% |
| Supermercados | 19 | 18 | -5,26% |
| Shoppings centers | 10 | 1 | -90% |
| Embalagens | 4 | 2 | -50% |
| Higiene | 5 | 6 | +20% |
| Total Consumo | 105 | 94 | -10% |
| Total – Brasil | 1196 | 1164 | -2,67 |
“As empresas continuam cautelosas, principalmente, pelo juro real elevado. A queda de 10% no número de operações do setor de consumo e varejo não é significativa e o setor segue representando 8% a 9% do mercado total no acumulado de nove meses. Podemos dar destaque para as operações realizadas em hotéis e restaurantes, que registraram um aumento considerável”, analisa o sócio da KPMG, Rodrigo Guedes.
3º trimestre teve o melhor desempenho do ano
No terceiro trimestre deste ano, foram fechadas no Brasil 425 operações de fusões e aquisições (sendo 203 de private equity e venture capital). Este foi o melhor trimestre de 2025, já que nos períodos anteriores foram concretizados 330 (primeiro) e 409 (segundo) negócios.
Já no acumulado de nove meses deste ano, foram finalizadas 1.164 operações de fusões e aquisições, uma leve queda de 2,6% em relação aos mesmos meses de 2024, quando houve 1.196 transações, indicando um cenário de estabilidade. Se considerarmos apenas os negócios envolvendo fundos de investimentos de private equity e venture capital, foram 566 (48,6% do total) contra 497 (41,6%), no acumulado dos respectivos períodos, um aumento de mais de 13%.
“A queda no número de fusões foi pequena e podemos considerar um cenário estável. Isso se deve ao contexto macroeconômico brasileiro que não está favorável, principalmente, relacionado à parte fiscal, assim como as taxas de juros brasileiras e mundiais. Por isso, não houve uma recuperação significativa em relação ao ano passado, apesar de o ticket médio por transação estar crescendo. Por outro lado, aumentou a participação de fundos de investimentos no total de operações concretizadas”, analisa o sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.
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