Impactos da crise mundial no Paraná

Economistas e empresários paranaenses discutiram nesta quinta-feira (16), em Curitiba, a crise financeira internacional e suas conseqá¼ências na economia do Estado. Durante o debate promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o professor da Universidade Federal do Paraná, Fábio Scatolin, alertou  que o Paraná terá impactos fortes no crédito e nos preços do cá¢mbio e das commodities. O presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, informou que muitas empresas já estão sentindo o custo do financiamento das exportações e da escassez de crédito.

Os professores da UFPR, Fábio Scatolin e Gabriel Porcile, concordaram que para recuperar a confiança na economia é preciso pensar em novas idéias. Para Scatolin é necessário um trabalho conjunto entre o setor produtivo e instituições financeiras que minimize o risco de recessão. Na avaliação de Rocha Loures, a principal prioridade do governo deve ser a implementação de políticas que assegurem que não haja desestruturação do setor produtivo. Pode até haver redução de ritmo, desde que não implique em quebra. Para Porcile, o momento de crise é o momento de aceitar novas formas de ver a realidade: Ele explica que a economia não se auto-regula. A economia de mercado é um jogo de soma positiva que possibilita melhoras persistentes na produtividade. Mas o jogo tem que ser coordenado de alguma forma. በinevitável que cada país reflita sobre seu futuro. E lembrou que a idéia de auto-regulação da economia não encontra correspondência na teoria econômica.

De outro lado, os economistas lembraram que a desvalorização do real frente ao dólar pode recuperar algumas perdas para o setor exportador paranaense que vinham sendo acumuladas com a depreciação do cá¢mbio. Agora pode ser um momento para o setor automotivo, principal exportador paranaense, restabelecer sua competitividade nas exportações, pois ele estava dependendo muito do mercado interno”, avaliou Scatolin. A demanda estava caindo, mas é um setor que pode ganhar com a desvalorização”, complementou Porcile.

De acordo com Scatolin, ainda não está clara qual é a solução para a crise, mas há um objetivo comum que é reduzir a contaminação da economia local. E isso pode ser feito através do aumento do crédito doméstico. Para  aumentar o crédito doméstico é preciso reduzir os compulsórios e os juros reais, alongar empréstimos de médio e longo prazos do BNDES e expandir o crédito á s empresas. Se isso não for feito cada vez mais se aprofundarão os efeitos da recessão.
 

Soma

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