Indústrias de móveis da Grande Curitiba podem ganhar central de resíduos

Empresários das indústrias de móveis de Curitiba e Região Metropolitana conheceram nesta quarta-feira (10) a proposta de criação de uma central para destinação e reciclagem dos resíduos gerados pela produção do setor. O projeto foi elaborado pelo Senai Empresas, área do Senai Paraná que presta serviços técnicos e tecnológicos, a pedido do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Paraná (Simov). A partir de agora, serão buscadas parcerias e formas de financiamento que viabilizem a implantação da estrutura.

A apresentação da Central de Resíduos do Setor Moveleiro aconteceu durante um workshop realizado na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba. O coordenador do projeto, Constantino Bezeruska, conta que as cerca de 1.400 indústrias do setor instaladas na capital e região são responsáveis pela geração diária de aproximadamente 144 toneladas de resíduos. A maior parte – 122 toneladas – é de resíduos de madeira. O restante se divide entre peças de metal, artigos têxteis, plástico, papel e papelão, vidro e vernizes, entre outros. Os números são uma projeção feita pelo Senai após a implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) em 20 empresas do setor, uma das principais etapas do estudo, concluída em março deste ano.

Pelo projeto, a central funcionará principalmente como uma usina de reciclagem de resíduos da produção, especialmente a madeira. A ideia é que as sobras do material sejam trituradas e transformadas em briquetes e pellets, que serão vendidos para empresas de diversos setores que utilizam esses produtos como combustíveis para fornos industriais. Desenvolver pesquisas próprias ou em parceria com universidades na busca por novas alternativas e tecnologias de tratamento dos resíduos mais cíticos será outro objetivo da central. Além disso, ela servirá para o adequado armazenamento de resíduos contaminados, que não podem ser reaproveitados e nem descartados na natureza.

O próximo passo do projeto é a busca por mecanismos de financiamento que viabilizem a construção da central. O empreendimento tem um custo total estimado em R$ 4,8 milhões, incluindo as obras de construção civil e compra de equipamentos. Mas metade do valor se refere á  compra de um terreno para abrigar a estrutura. Por isso, os coordenadores do projeto buscam parcerias com prefeituras da Região Metropolitana que se tenham interesse em abrigar a central.

A estrutura de Curitiba será semelhante á  que já existe em Arapongas, principal polo moveleiro do Paraná. Criado há quase 10 anos pelo Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), o Centro de Tecnologia em Ação e Desenvolvimento Sustentável (Cetec) conta com 103 empresas associadas, que geram cerca de 300 toneladas de resíduos por dia. Constituído como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), o Cetec tem atualmente 130 funcionários e se mantém principalmente pela venda de briquetes e pallets para indústrias, inclusive gerando lucro que é repartido entre as associadas.

Soma

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