Com as novas regras do BC, consórcio terá maior demanda
O sistema de consórcios pode receber mais consumidores daqui para frente. Como as novas regras do Banco Central reduzem a oferta de crédito para pessoas físicas e ampliam o valor de entrada para financiamentos de veículos, o consórcio pode se tornar opção, principalmente para os consumidores de classes emergentes, que podem pagar uma prestação, mas não possuem um montante razoável para dar de entrada.
O economista da Aência de Varejo Automotivo MSantos, Ayrton Fontes, disse ao Portal Infomoney que deve haver um grande aumento nas vendas de cotas de consórcio para as classes mais baixas, uma vez que elas não devem conseguir pagar a entrada, mas dispõem de R$ 500, R$ 600 para pagar uma mensalidade”, A partir de agora, para financiamentos com prazos acima de 24 meses, é necessária uma entrada de, pelo menos, 20% do valor do veículo. Essas medidas, na avaliação do economista, devem impactar principalmente a baixa renda.
Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (Abac), Paulo Roberto Rossi, a participação das classes C e D nas vendas de cotas já estava sendo verificada nos últimos meses. Em média, considerando as motos, as classes emergentes representam 50%. Considerando os veículos leves, essa participação é de 15%, ou seja, ainda há um potencial de crescimento desses consumidores, que estão cada vez mais interessados em comprar veículos de alto valor.
Segundo dados da Abac, em outubro deste ano, o tíquete médio da carta de crédito para veículos leves cresceu 28%, na comparação com o mesmo mês de 2009, passando de R$ 31,5 mil para R$ 40,37 mil. Isso mostra que os consumidores estão procurando um bem de maior valor por meio do consórcioâ€, afirma. De janeiro a outubro, as vendas de novas cotas de consórcio para veículos leves cresceram 19,4% frente ao mesmo peíodo do ano passado.