Indústria deve encolher 4,5% no ano que vem
A economia brasileira continuará encolhendo no ano que vem. O Produto Interno Bruto (PIB) terá uma queda de 2,6%, puxado especialmente pela retração de 4,5% na indústria. O desemprego alcançará 11%, o consumo das famílias diminuirá 3,3% e os investimentos cairão 12,3%. As estimativas estão na edição especial do Informe Conjuntural – Economia Brasileira, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Pouco se avançou para a construção de um ajuste fiscal crível e permanente, aliado a mudanças estruturais capazes de impulsionar a recuperação da atividade econômica. Por isso, o cenário para 2016 não é diferente do observado em 2015”, diz o estudo.
A CNI avalia que a instabilidade política adiará as medidas necessárias para a recuperação da confiança dos agentes econômicos. “Esse cenário conturbado marcará os primeiros meses de 2016, indicando que a travessia em direção à recuperação econômica deverá ser mais difícil e demorada.”
No estudo, a CNI avalia as dificuldades enfrentadas pela economia em 2015, ano que fechará com inflação de 10,5%. “Há dois fatos preocupantes sobre a economia brasileira em 2015. O primeiro é que os principais componentes do PIB pelo lado da demanda (consumo das famílias) e pelo lado da oferta (serviços) irão diminuir em 2015, o que não acontecia há mais de uma década. O segundo é o fato de os investimentos caírem pelo segundo ano consecutivo em magnitude superior a 10%”, destaca o estudo.
A previsão é que o PIB deste ano caia 3,3% em relação a 2014, com a queda de 6,4% no PIB industrial. O consumo das famílias encolherá 3,9%, os investimentos diminuirão 15,5% e o desemprego chegará a 8,3%.
O ano de 2015 foi especialmente negativo para a indústria. As estimativas atuais confirmam que a participação do setor no PIB cairá para menos de 20%, a menor desde os anos 50. A participação da indústria de transformação será de apenas 9,3%.
Na avaliação da CNI, a economia só voltará a crescer se o país adotar uma agenda baseada em três eixos: medidas de estabilidade macroeconômica, ajuste fiscal de longo prazo e melhoria do ambiente de negócios e da segurança jurídica. “Apenas nesse ambiente a economia voltará a crescer de forma sustentada”, destaca o estudo da CNI. As informações são da Agência CNI de Notícias.