Mais da metade dos consumidores brasileiros pretende comprar roupas para usar na passagem de ano
Depois das festas de Natal, muitos comerciantes esperam pelas trocas dos presentes para tentarem aumentar suas vendas. A última semana do ano pode levar os brasileiros às lojas novamente e impulsionar o comércio com as compras de produtos para o Ano Novo. Um levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que metade dos consumidores (50,5%) pretende comprar roupas, calçados e/ou acessórios para usar na passagem de ano. Os gastos com essas compras e também com as comemorações serão, em média, de R$ 293,56.
De acordo com a pesquisa, seis em cada dez brasileiros (64,6%) ainda não sabem ou não definiram quanto vão gastar. Para o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, o alto percentual de indecisos se deve, em parte, à incerteza quanto ao cenário macroeconômico e aos limites do próprio orçamento. “Muitas pessoas ainda têm compromissos financeiros a cumprir, o que faz com que deixem para decidir mais tarde o quanto poderão gastar”, diz.
Os dados mostram também que no Ano Novo diminui de forma significativa o percentual de entrevistados que irão comemorar em casa ou em casa de parentes (40,4%), se comparado ao Natal (67,0%). “Embora estas ainda sejam as opções mais citadas, outras formas de comemoração de Ano Novo também se destacaram, como casas de amigos, viagens e festas em estabelecimentos comerciais”, avalia Vignoli. 21,7% dos entrevistados ainda não se decidiram.
Em relação à percepção sobre a situação financeira atual em comparação com o mesmo momento no ano passado, os entrevistados apresentaram opiniões bem divididas: 34% acreditam que a situação piorou, 34% avaliam que a situação financeira continua a mesma de 2014 e 31% que melhorou. Ainda assim, 63% dos entrevistados avaliam que 2016 será melhor para suas finanças do que 2015, principalmente por acreditarem que a economia do país irá melhorar (45,3%), com destaque para os pertencentes às classes C, D e E.
Outro motivo para 10,8% é manterem a esperança de conseguir um emprego. Já entre os que não se mantém otimistas com o próximo ano, 25,1% citam a deterioração do cenário econômico, enquanto 8,2% mencionam o medo de não conseguirem manter o padrão de vida atual.
Porém, o otimismo aparente dos brasileiros, apesar de relevante, não encontra respaldo na situação econômica vivida pelo país em 2015 e nem nas expectativas dos especialistas para 2016.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a queda da atividade econômica ao longo de 2015 resultou em um recuo do PIB de 3,2% no acumulado do ano, pior resultado da série histórica iniciada em 1996. “Para o ano que vem, as projeções se mantém pessimistas: de acordo com o Banco Central, a expectativa é de um recuo adicional de cerca de 2%”, explica Kawauti.