Para CNI, retirada de grau de investimento do Brasil já era esperada

Robson de Braga Andrade, presidente a CNI.
Robson de Braga Andrade, presidente a CNI.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse hoje que a retirada do grau de investimento do Brasil já era esperada e agora é preciso corrigir os erros para o país voltar a ter o selo de bom pagador. Em entrevista coletiva, ele tinha acabado de falar que a expetativa era de retirada do grau de investimento, quando foi informado da decisão da agência de classificação de risco Fitch de rebaixar a nota do país. Para Andrade, o diagnóstico e as propostas de mudança foram dadas por diferentes partidos políticos e pelos empresários. Na avaliação dele, agora é preciso “vontade” para colocar em prática. “Não precisa de mais diagnóstico”, disse.

Andrade disse que fica preocupado com uma eventual saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Para ele, se o ministro deixar o cargo, a preocupação é com quem vai assumir e com que autonomia. “Primeiro o mercado iria ver que o ministro não teve apoio necessário para implantar o que gostaria de ter feito. Aí, dependendo de quem vai assumir, é bom ou ruim. Certamente, o mercado financeiro vê no Levy uma pessoa que tem responsabilidade”.

O presidente da CNI destacou que as reformas do PIS/Cofins e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não avançaram. “Não tem resultado. A proposta de ter déficit menor este ano não aconteceu e de ter superávit no ano que vem não vai acontecer. Não estou dizendo que seja culpa dele [Levy]”, disse. Ele acrescentou que, além da inferência da Presidência e do Ministério do Planejamento na atuação do ministro, “trabalhar com Câmara e Senado este ano está mito difícil”.

Impeachment

O presidente da CNI disse que a entidade não tem uma posição sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “O processo é democrático, está previsto na Constituição. Somos a favor que o rito do processo seja seguido e o mais rapidamente possível”, disse.

Para Andrade, se a presidenta for absolvida, terá mais força política para tomar decisões. Se o vice-presidente, Michel Temer assumir a Presidência, com o impeachment de Dilma, terá “um período de benevolência da sociedade brasileira acreditando que vai fazer as mudanças necessárias”. “Mas acho que esse período não vai ser longo. O povo não vai ter muita paciência”, ressaltou.

“Acho que temos que trabalhar com a decisão que o Congresso Nacional tomar. Vamos ter que trabalhar junto, discutir, apoiar”, disse. “Nossa crise econômica depende fundamentalmente de uma solução da crise política. A gente não consegue dimensionar se essa crise vai ser resolvida no curto prazo, no médio ou no longo prazo. E isso deixa os empresários ainda mais desaminados com relação ao que pode acontecer em 2016”.

Para Andrade, é preciso fazer reforma da previdência e rever regras automáticas de despesas públicas, como com educação e saúde. Na avaliação do presidente da CNI, a “única alternativa concreta” atualmente para o setor produtivo são as exportações. Segundo ele, o aumento das exportações depende de acordos internacionais e “o governo, felizmente, está correndo atrás, independentemente da crise política”.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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