Atentas às pressões do mercado, empresas direcionam investimentos para governança corporativa

Camila Araújo: Hoje apenas 38% dos conselhos das empresas contam com mulheres.
Camila Araújo: Hoje apenas 38% dos conselhos das empresas contam com mulheres.

Diante de um mercado cada vez mais exigente e conhecedor de seus direitos, as empresas estão cada vez mais voltadas à importância de estruturar e profissionalizar a sua gestão. Outra preocupação é com relação à transparência e qualidade das informações. Neste sentido, boa parte dos investimentos das companhias está sendo direcionado para governança corporativa.

Eu tive acesso a uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, a qual aponta que 72% das empresas brasileiras ouvidas já adotam regras de governança há pelo menos cinco anos. Eu conversei com a executiva Camila Araújo, que é sócia da área de Consultoria em Gestão de Riscos e líder do Centro de Governança Corporativa da Deloitte, e ela me disse que a pauta da ética e da transparência nunca foi tão forte quanto nos dois últimos anos e, principalmente, depois da implantação da Lei Anticorrupção. Na sua avaliação, a legislação tem imposto às empresas a necessidade de adoção de controles internos e processos de conformidade mais rígidos. Além disso, ganha importância a visão de que a governança pode também oferecer um diferencial competitivo.

A sócia da Deloitte lembra que, mais do que um discurso na busca por um diferencial competitivo, as novas formas de acesso às informações estão impondo um ritmo acelerado de gestão de riscos, envolvendo a reputação e a imagem das corporações.

Camila Araújo aponta alguns desafios da governança corporativa no Brasil. O primeiro desafio é que o líder do conselho de administração não deve ser a mesma pessoa que administra a empresa. A pesquisa mostrou que houve um discreto aumento no número de empresas em que o diretor executivo também exerce o papel de presidente do conselho de administração. Em 2013 o porcentual era de 24%. Agora está em 27%. Por outro lado, o número de membros independentes dos conselhos aumentou de 59% para 67%, o que contribui para a profissionalização e o equilíbrio na relação de poder entre as esferas executivas e de governança.

O segundo desafio é elevar o número de mulheres nos conselhos de administração. Hoje, por exemplo, apenas 38% dos conselhos de administração têm mulheres na sua diretoria. Há dois anos, este porcentual era de 41%.

O maior desafio de todos, apontado por Camila Araújo, é a ética nos negócios.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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