Com a desaceleração da economia, empresas buscam a renegociação dos contratos de aluguel
Os preços dos aluguéis de imóveis comerciais estão em queda e em meio a uma desaceleração econômica que tem se revertido em menos clientes e, consequentemente, em menos dinheiro no caixa, a opção encontrada por muitos empresários é renegociar os contratos de aluguéis dos seus pontos comerciais.
De acordo com o Índice FipeZAP, os preços dos imóveis para locação, em 2015, recuaram mais de 12% em termos reais, ou seja, já descontando a inflação. Curitiba, por exemplo, foi a cidade que apresentou o menor índice de aluguel durante todo o ano passado e a tendência é que continue assim em 2016. Portanto, o momento é oportuno para fazer a renegociação do contrato de aluguel, principalmente os mais antigos.
Porém, os empresários precisam procurar o proprietário do imóvel meses antes do vencimento do contrato para que ambos tenham tempo de tomar as medidas necessárias diante de um possível cancelamento, caso não haja acordo.
Renegociar o aluguel é geralmente melhor para ambas as partes do que uma rescisão ou a entrega do imóvel após o término do contrato. Isso porque é vantajoso para o proprietário fugir dos custos de colocar seu imóvel novamente no mercado, assim como é interessante para o locatário evitar as dores de cabeça dos custos de buscar outro imóvel e iniciar um novo contrato.
As menores chances de sucesso de uma renegociação é quando o contrato está no meio. Isso porque, ao assinar um contrato de 30 meses, que é a duração padrão dos contratos de locação, o inquilino está dizendo que pode arcar com o valor daquele aluguel e seus futuros reajustes. Se a alta do IGP-M ou outro índice de inflação for tão alta a ponto de provocar um baque imprevisível no bolso do locatário no meio da vigência do contrato, a única saída para renegociação será por via judicial, e mesmo assim com pouca chance de ser bem-sucedida.
Agora, de 30 a 60 dias antes do fim do contrato, é o melhor momento. Ao renegociar o valor do aluguel próximo ao fim do contrato, as partes ficam obrigadas a fazer um novo contrato de locação, normalmente válido por mais 30 meses e com multa para quem rescindi-lo antes do término do prazo estipulado. Ou seja, se o último reajuste jogou o aluguel de R$ 2 mil para R$ 2.500, pode ser possível acordar com o proprietário um novo aluguel de R$ 2.300, ou até mesmo abaixo do valor que vinha sendo pago. E com o novo contrato, o inquilino volta a ficar “preso” ao imóvel ao menos por mais 30 meses.