Mercado de fusões e aquisições continua retraído

grafico-queda 2Comprovando a tendência de retração econômica apontada em janeiro, o segundo mês de 2016 fecha com um saldo de 43 transações concluídas em todo país, volume igual ao observado em 2010, porém, 20% inferior quando comparado ao mesmo período de 2015, de 54 transações. Os dados são da mais recente pesquisa de MergersandAcquisitions (M&A), que é produzida pela PwC Brasil e acompanha mensalmente a estratégia empresarial, finanças corporativas e gestão de compra, venda e dividendos de ações.

Em janeiro, a mesma pesquisa registrou um total de 51 transações, no entanto o relatório da empresa alerta que a redução não deve ser considerada alarmante, pois além de ser o mês mais curto, o carnaval em 2016 caiu em fevereiro.Além disso, o mês foi marcado por um cenáriopolítico e econômico volátil e conturbado, o que sem dúvidas refletiu na persistência de uma retração nas transações, já indicada desde o segundo semestre do ano passado.

O estudo também indica que a Região Sudeste continua sendo a preferida do investidor no território brasileiro. No acumulado de 2016, 62% nos negócios concluídos (58 transações) foram efetivadas nos estados dessa região. Em 2015 foram registradas 80 transações no mesmo período. Somente de fevereiro deste ano, foram concluídas 26 transações no Sudeste, redução de 37% em comparação ao mesmo período de 2015 (41 transações).

O Estado de São Paulo mantém a liderança com 51% das transações concluídas. Esse ano, em números absolutos, foram 48 transações realizadas, enquanto em 2015 esse número chegou a alcançar 59. Na Região Sul, foram efetuadas 14 negociações, 40% superior ao mesmo período de 2015 (10 transações).Transações internacionais, realizadas fora do Brasil, representam 8% do total de acordos concluídos, com 7 negócios.

O setor de Tecnologia da Informação continua liderando o número de transações, revelando uma estabilidade do mercado em relação aos setores de investimento já que esses são número que se mantêm nas pesquisas nos dois últimos anos. Em fevereiro, foram realizadas 15 transações no setor de TI, totalizando 16% do total transacionado, uma redução de 52% em relação a 2015 (31 transações). O setor de Serviços Auxiliares figura em segundo lugar, com 11 Transações, 12% do total transacionado, um aumento surpreendente de 38% em relação a 2015, quando foram realizadas 8 transações. O Setor Químico/Petroquímico também detém 12% do total transacionado e registra um aumento de 57% em relação a 2015. Esse ano foram registradas 11 Transações, contra 7 no ano passado.

No acumulado até fevereiro, aquisições de participação majoritária são a preferência de perfil de investimento, representando 64% do total, aumento quando comparadas a 2015 (55 aquisições). Os percentuais apontam ainda que 29% das transações foram de compras, 4% de Joint Ventures e 3% de fusões.

Investidores financeiros estiveram presentes em 6 transações em fevereiro de 2016, uma redução de 63% em relação à fevereiro 2015 (16 transações), sendo 100% de investidores estrangeiros no mês de fevereiro. Das 16 transações concluídas no mesmo período de 2015, 50% foi composto por investidores nacionais e 50% por investidores estrangeiros.

Possível consequência do cenário de instabilidade econômica do Brasil que já reflete no exterior, foi registrada uma queda no número de transações envolvendo capital estrangeiro. Nos dois primeiros meses de 2016 foram consolidadas 51 transações envolvendo capital estrangeiro, redução de 12% em comparação ao mesmo período acumulado do ano anterior, quando foram concluídos 58 acordos.

Investidores de outros paísesestiveram presentes em apenas56% das transações realizadas até fevereiro, 49 transações em números absolutos. A redução é de 16% em relação ao mesmo período de 2015. Apenas no mês de fevereiro, foram concretizadas 24 negociações por capital estrangeiro, redução de 8% em comparação ao mesmo mês no ano passado (26 transações).Países como EUA, França e Reino Unido representam 57% do interesse em ativos brasileiros. Investidores dos EUA detém 4% do total das transações (12 negociações),25% inferior ao ano anterior (16 transações). A França ocupa o segundo lugar no número de transações, com 18% do total (9 transações), registrando um aumento em relação à 2015, quando foram realizados somente 2 transações. Em terceiro lugar,o Reino Unido fica com 16% do total (8 transações), também apontando um aumento em relação ao ano passado (5 transações).

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *