Pesquisa revela espírito empreendedor e comprometimento de funcionários como chave do sucesso no mercado de luxo
Ao se prepararem para o futuro, empresas de luxo enfrentam um enigma: muitas foram construídas com base no poder de suas marcas e da exclusividade de um produto, mas a internet pode ser vista como responsável por dissolver ambos, ao permitir cópias de produtos e sua distribuição em massa por fornecedores terceirizados. Por isso, em recente pesquisa intitulada “Prepare sua marca para o futuro”, divulgada pela WGSN Mindset – braço de consultoria especializada da WGSN –, foram entrevistados CEOs de marcas de luxo para entender como o mercado está se posicionando atualmente.
Os CEOs identificaram o espírito empreendedor como parte chave de seu sucesso como negócio. 97% relataram que suas empresas mantinham um espírito empreendedor, comparados com 62% dos respondentes de não-luxo. Ao criar um ambiente aberto e flexível e empoderar seus funcionários a compartilharem suas ideias, as empresas se prepararam para ouvir as mudanças de seus consumidores, à medida que funcionários são, em primeiro lugar, clientes. Dessa maneira, as empresas de luxo se posicionam para serem inovadoras ao invés de serem deixadas para trás.
Uma das diferenças mais claras surgiu em resposta à pergunta: “Até que ponto seus funcionários são apaixonados pelos produtos e serviços de sua empresa?” Dos respondentes de luxo, 97% relataram que funcionários estavam “extremamente” ou “muito apaixonados”; comparados a 74% dos pesquisados de não-luxo.
A paixão intrínseca que os funcionários das empresas de luxo sentem pela marca pode ser sua principal vantagem, e algo que as de não-luxo precisam levar em consideração ao implementar estratégias à prova do futuro. Durante a mesa redonda, o comprometimento do funcionário apareceu como tática chave.
De acordo com Lori Goodling, consultora sênior da WGSN que trabalha com diversas marcas deste setor: “O senso coletivo de empoderamento amplia seu poder e intrinsecamente torna sua empresa “à prova do futuro”. Seu público alvo deve ir desde pessoas que compram sua marca até as que acreditam nela e estão realmente interessadas em seu sucesso.”
Segundo a Walpole – Associação das Indústrias de Luxo Britânicas –, quase 50% das empresas desse mercado foram fundadas nos últimos 50 anos. Em outros locais, o tempo de vida delas, em média, é de 15 anos, quando comparada.
Outro ponto de atenção indicado no estudo refere-se à preocupação diante marketplaces globais que atuam na área, como Amazon e Alibaba, prejudicarem o setor de luxo – tanto pelo fator da Inteligência Artificial, como pela disponibilidade de produtos. Alguns participantes disseram que o mais importante é manter o controle sobre sua distribuição e garantir os pontos mais altos de experiência do consumidor.
Para Goodling, “o clima atual do consumidor também dá às marcas de luxo oportunidade para crescer ao invés de apenas sobreviver”. Ainda para consultora da WGSN, o segredo é ir além das mensagens de estilo de vida. É criar um manifesto de identidade, criar uma persona fundada em ética e valores – isso tornará algo aspiracional.
Especialistas da WGSN Mindset, com base na pesquisa realizada, elencaram três atitudes fundamentais para as indústrias de luxo sobreviverem às incertezas atuais:
Contrate indivíduos comprometidos que podem atuar como embaixadores da marca. Comece sua rede de defensores da marca com seus próprios funcionários.
Crie uma cultura de inovação solicitando feedback dos funcionários de todos os departamentos.
Vá além de mensagens de estilo de vida e passe para personas, apoiadas em ética e valores. Crie ideologias compartilhadas e seus próprios grupos exclusivos da marca.
Crédito da foto -Jonathan Francisca