Roche cresce 18,5% no Brasil e fatura R$ 3,1 bilhões
A Roche anunciou, este mês, crescimento de 5% nas vendas do Grupo em 2017, atingindo 53,3 bilhões de francos suíços. Os resultados correspondem a lançamentos bem-sucedidos de novos medicamentos inovadores da companhia, principalmente nas áreas de neurociência e oncologia, além de crescimento na demanda por produtos de imunodiagnóstico. O lucro operacional do Grupo cresceu 3% e o lucro por ação 5%, o que reflete o bom desempenho dos negócios.
No Brasil, a divisão Farmacêutica teve expressivo crescimento de 18,5%, atingindo pela primeira vez faturamento de R$ 3,1 bilhões – sendo 30% referente às vendas ao mercado público de saúde e 70% para o sistema privado. O Brasil está entre as três operações que mais cresceram no Grupo, ao lado dos Estados Unidos e China.
“O ano de 2017 foi extremamente positivo, em que conseguimos fazer a diferença na vida de cerca de 190 mil pacientes tratados com nossos medicamentos inovadores no Brasil. Seguimos comprometidos com nossa estratégia de longo prazo para o Brasil, com a manutenção dos investimentos locais e os lançamentos do portfólio de inovação, sobretudo na oncologia; além do nosso forte trabalho para ampliar o acesso à saúde aos brasileiros,” comenta Rolf Hoenger, presidente da Roche Farma Brasil. “Investimos mais de R$ 120 milhões em pesquisa clínica localmente e vimos concretizar alguns de nossos objetivos para aumentar o acesso: tivemos a incorporação de Perjeta® (pertuzumabe), terapia contra o câncer de mama metastático, no Sistema Único de Saúde (SUS), e também ampliamos a indicação de Herceptin® no SUS, que agora passa a ser disponibilizado para essa fase da doença. Outro marco foi a aprovação do Ministério da Saúde para a proposta da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), junto a laboratórios nacionais, que irá transferir a tecnologia para a produção de Herceptin® (trastuzumabe) no Brasil”.
Segundo Hoenger, a PDP está alinhada ao posicionamento da Roche de sempre trabalhar pela ampliação da disponibilidade dos tratamentos inovadores a quem precisa deles e promover a sustentabilidade do sistema de saúde. “Esse projeto contribui para o desenvolvimento da ciência brasileira, fomentando a inovação, desenvolvendo a capacidade produtiva e tecnológica, além da formação de capital humano,” complementa o executivo.
Em 2017, a farmacêutica obteve a aprovação na Anvisa de Tecentriq® (atezolizumabe), sua primeira imunoterapia, que recruta o sistema imunológico para combater o tumor e representa o futuro do tratamento do câncer. O medicamento atualmente é indicado para carcinoma urotelial, que atinge a região da bexiga, e o câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC). No futuro, tratará o câncer de mama, melanoma, ovário, colorretal e rim, entre outros. Também foram aprovadas novas indicações de Gazyva® (obinutuzumabe), para linfoma folicular; de Avastin® (bevacizumabe) + Tarceva® (erlotinibe), para um tipo agressivo de câncer de pulmão; de Actemra® (tocilizumabe) para o tratamento da arterite de células gigantes.
Já a Roche Diagnóstica teve faturamento de R$ 663,3 milhões no País, crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior. A divisão realizou cinco grandes lançamentos no Brasil. O destaque foi o cobas e801, um módulo dedicado às análises de imunologia, projetado para auxiliar laboratórios a aprimorarem a eficiência e sustentabilidade das análises clínicas, promovendo rapidez e segurança na realização de exames. Além disso, inaugurou o RocheExperience, primeiro showroom laboratorial da América Latina com realidade virtual, que simula um laboratório de análises clínicas, com as últimas inovações e diversas configurações laboratoriais. O projeto recebeu o investimento de R$ 5 milhões.
Resultados globais
Globalmente, as vendas da Divisão Farmacêutica cresceram 5%, chegando a 41,2 bilhões de francos suíços. Os novos medicamentos lançados, Ocrevus® (ocrelizumabe), Tecentriq® (atezolizumabe) e Alecensa® (alectinibe), contribuíram para as vendas com 1,4 bilhões de francos suíços, que representam 65% do crescimento da divisão. Perjeta® (pertuzumabe) também continuou com seu forte crescimento de vendas. A América Latina e a Ásia–Pacífico lideraram o crescimento na região Internacional (que não inclui Estados Unidos, Europa e Japão), na qual as vendas cresceram 4%.
As vendas da Divisão Diagnóstica cresceram 5%, chegando a 12,1 bilhões de francos suíços. A principal contribuição foi das Soluções Centralizadas e Point of Care (+7%), lideradas pelo crescimento da área de imunodiagnóstico (+13%).
O CEO global da Roche, Severin Schwan, comentou os resultados do Grupo: “Em 2017, progredimos significativamente, com um bom crescimento em ambas as divisões, graças a medicamentos e testes recém-lançados. Estou particularmente satisfeito com o sucesso do lançamento de Ocrevus® (ocrelizumabe) e Hemlibra® (emicizumabe) e com as importantes aprovações de Perjeta® (pertuzumabe), Tecentriq® (atezolizumabe) e Alecensa® (alectinibe) para outras indicações. Esses medicamentos proporcionam um benefício substancial a pacientes com doenças graves, como esclerose múltipla, câncer e hemofilia. Com nosso robusto portfólio de produtos, estamos bem posicionados para o futuro.”
Perspectivas para 2018
A previsão é de que as vendas cresçam em nível estável ou na faixa até 5% (a taxas de câmbio constantes). A meta de lucro por ação é crescer na faixa de 5 a 9% (a taxas de câmbio constantes). Excluindo-se o impacto da reforma fiscal dos EUA, a meta de lucro por ação é crescer, de modo geral, em linha com as vendas.
Aprovações importantes na área farmacêutica
A agência regulatória americana, a FDA (Food and Drug Administration), aprovou dois novos medicamentos: Ocrevus® (ocrelizumabe), para as formas remitente recorrente e primária progressiva de esclerose múltipla, e Hemlibra® (emicizumabe), para pessoas com hemofilia A e inibidores do fator VIII. As autoridades de saúde também aprovaram várias extensões de linha para produtos existentes, incluindo a aprovação de Perjeta® (pertuzumabe) para tratamento adjuvante (após cirurgia) do câncer de mama inicial HER2 positivo com alto risco de recorrência, em combinação com Herceptin® (trastuzumabe) e quimioterapia, e a aprovação de Perjeta® (pertuzumabe) para uso neoadjuvante de modo geral.
Outras extensões de linha aprovadas pela FDA no quarto trimestre foram Alecensa® (alectinibe) para tratamento de primeira linha do câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) ALK positivo, Zelboraf® (vemurafenibe) para doença de Erdheim-Chester, Gazyva® (obinutuzumab) para linfoma folicular avançado ainda não tratado, e Avastin® (bevacizumabe) para glioblastoma em adultos cujo câncer progrediu após um tratamento prévio.
Na União Europeia, foi aprovado o uso de Alecensa® (alectinibe) em monoterapia como tratamento de primeira linha para adultos com CPCNP avançado, positivo para a quinase do linfoma anaplásico (ALK). Em janeiro de 2018, a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) aprovou Ocrevus® (ocrelizumabe) para tratamento das formas remitente-recorrente e primária progressiva de esclerose múltipla, eHemlibra® (emicizumabe) recebeu parecer favorável do comitê europeu.