CNC prevê que varejo deve retomar nível de crescimento pré-crise só em 2020

O varejo ainda vai precisar de mais um ano para se recuperar das perdas acumuladas desde o início da crise econômica, que derrubou a economia em mais de 7% entre 2015 e 2016. A projeção feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o setor deve recuperar as perdas com a crise econômica em fevereiro de 2020.
O estudo aponta 5 anos e 3 meses de solavancos no setor. A queda dos indicadores do varejo começou em outubro de 2014, ainda durante as eleições presidenciais daquele ano e alguns meses depois da Copa do Mundo no Brasil.
Em 2015, a queda nas vendas do comércio foi de 4,3%. A última queda nos indicadores de varejo havia sido em 2003, quando a retração foi de 3,7%. Em 2016, o tombo foi ainda maior, com retração de 6,2% nas vendas, o pior resultado desde 2001.
A partir de 2004, o varejo viveria sua época de ouro, com 11 anos de crescimento ininterrupto, chegando a bater 10,9% de crescimento anual em 2010. Em 2014, quando o varejo já desacelerava, as vendas cresceram 3,7%, segundo levantamento do Serasa Experian. Em 2018, o varejo fechou com crescimento de 2,3%, ainda longe dos patamares pré-crise.
Varejos ampliado e restrito
O cálculo de retomada leva em conta o nível médio de crescimento mensal dos segmentos do varejo nos últimos 15 anos. Nesse tempo, o varejo restrito (que exclui carros e materiais de construção) cresceu 0,36% na média mensal. O varejo ampliado (que inclui automóveis e materiais de construção) cresceu praticamente a mesma coisa: 0,37%.
Para o varejo ampliado, a situação é mais delicada. Para alcançar o pico de vendas, atingido em 2012, será preciso mais dois anos, com a recuperação esperada apenas para maio de 2021. O varejo ampliado tem a característica de demorar mais para perceber a retomada dos resultados da economia, já que se trata de bens de consumo mais caros e menos urgentes ao consumidor.
Quem deve puxar a retomada para os patamares pré-crise, segundo a CNC, são os supermercados e as farmácias. O setor farmacêutico já retomou o nível de vendas do melhor desempenho da série. O varejo supermercadista ainda precisa crescer 1,1% para voltar ao topo e isso deve acontecer em junho de 2020.