Celular deve se tornar canal campeão de vendas em poucos anos
Internet, mobile e loja física precisam estar integrados para atender às novas formas de consumo. Basta criar estratégias e uma jornada de compra que satisfaça seu cliente. A reflexão foi apresentada durante o evento Desafios do Comércio – o Varejo do Futuro, promovido pelo Sebrae/PR, na última quinta-feira (28).
De acordo com o especialista Osmar Dalquano, a loja física está passando a ser um ponto de assistência da loja virtual, onde o consumidor consegue provar, experimentar e trocar produtos. “A moeda de maior valor daqui pra frente passará a ser o tempo e, com isso, a loja física vai passar a ser um ponto de assistência. Esse é o grande valor que se poderá oferecer para o consumidor”, avaliou Dalquano.
O especialista em varejo alertou ainda sobre o crescimento do uso de celulares como canal de compra: 66% dos brasileiros são usuários de internet móvel e, atualmente, passam 4h45 no celular por dia.
As mídias sociais, que eram vistas como ferramentas desejáveis para a evolução dos negócios, já atingiram o status de imprescindíveis. Varejista que não investe em campanhas para as mídias sociais está perdendo clientes para o concorrente que tem orçamento para essa divulgação, segundo Dalquano. Ele ainda revelou que 61% dos brasileiros acessam suas contas de mídias sociais por meio de dispositivos móveis, sendo que a mais popular por aqui é o YouTube. “Não há uma fórmula. Você precisa saber quem é seu cliente para saber em qual canal investir mais”, explicou o palestrante.
O painelista Everson Klein, da Noc Comunicação, apresentou uma solução para quem quer aprimorar suas técnicas nas mídias sociais. Sua startup desenvolveu um aplicativo baseado em hiperlocalismo que puxa informações armazenadas pelo Google, para oferecer um produto para quem está próximo a seu negócio e tem alto potencial de finalizar a compra.
“Muita gente não sabe, mas tudo que você fala e faz perto de seu celular é armazenado como dado. As informações pessoais são mantidas em sigilo, mas seus hábitos e preferências ficam disponíveis. E com esse inventário de interesses, nós conseguimos fazer anúncios para pessoas que estão interessadas em seu produto, com precisão de tempo e localização. É muito certeiro”, explicou Klein.
Os participantes também puderam conhecer histórias inspiradoras de empreendedores que apostaram em suas ideias para abrir seu negócio e hoje são referências nacionais. Uma delas foi Suellen Mylla, idealizadora e proprietária da Casa da Bruxa, franquia campeã no segmento de doces do Brasil, com 22 lojas em seis estados. Para Mylla, o diferencial do negócio é seu propósito. “A Casa da Bruxa é para mim mais do que uma empresa. É um projeto de vida que está conectado a um ideal, a uma missão. E acredito que esse seja um ponto muito importante a ser observado quando pensamos em expansão. Não é só sobre vender doces. É sobre adoçar e encantar”, disse a empresária.
Para Carlos Beal, da rede de supermercados Festval, o varejo faz parte de sua história de família. Começou com seus pais, quando ele ainda era criança. Hoje, ele e seus irmãos administram juntos a rede de lojas, reconhecidas por seu layout inovador nas gôndolas e pela oferta diferenciada de produtos premium. “Acredito que a grande maioria das empresas brasileiras seja familiar. Meus pais já não estão entre nós, mas seu legado me uniu a meus quatro irmãos para sempre”, contou, ressaltando que foi ao evento para encontrar e poder trocar conhecimento com outros empresários.
Para a consultora do Sebrae/PR, Fernanda Pesarini, o networking é um dos principais combustíveis para os novos desafios do varejo. “Por meio desses eventos, proporcionamos relacionamento com nossos clientes, networking entre os empresários, reflexões sobre inovações, acesso a empreendedores de sucesso e cases do que fazer e do que não fazer. Aqui o empresário pode sentir que não está sozinho e que poderá ter o Sebrae como seu grande parceiro”, concluiu.