Coronavírus impacta negócios mundiais. Dólar abre a R$ 4,48 e bolsa inicia dia em queda
O coronavírus continua impactando os negócios mundiais e a preocupação cresce cada vez mais com a propagação da doença. Eu conversei nesta quinta-feira (27) com o economista e consultor, Gilmar Mendes Lourenço, e ele me explicou que dificilmente as perdas registradas na economia nos primeiros meses do ano serão revertidas no segundo semestre.
Lourenço lembra que o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) está trabalhando muito para mudança do quadro, mas dificilmente a economia mundial crescerá em 2020 mais de 2,5%. Antes dos estragos do coronavírus, a expectativa era de um crescimento do PIB mundial da ordem de 3%.
No caso do Brasil, o crescimento do PIB se ficar na casa de 1,5%, este ano, já é de bom tamanho, me disse o economista, lembrando que com o comércio retraído, a queda dos preços dos produtos é inevitável. Gilmar Lourenço lembra que neste momento a prioridade é manter a economia respirando.
Quanto ao Paraná, também a economia sofrerá as consequências do coronavírus. Segundo me explicou o economista e consultor, no passado, a economia paranaense tinha como ponto forte apenas o agronegócio. Hoje, o agronegócio continua forte, porém com a mudança do perfil industrial desde o final da década de 90, o Estado conta com um setor metalmecânico e de manufatura muito forte e não há como não sofrer as consequências da desaceleração da economia mundial.
Bolsa cai e dólar continua subindo
No caso específico da Bolsa de Valores, o Ibovespa esteve fechado devido ao feriado de carnaval. Por esse motivo não acompanhou as quedas mais expressivas que ocorreram nas principais bolsas mundiais. Entretanto, na quarta-feira (26), a queda de 7% refletiu o medo dessa disseminação do coronavírus ser ainda maior. As principais empresas do Ibovespa são exportadoras e isso certamente vai impactar o preço das commodities como, minério de ferro, petróleo e celulose, entre outros.
Quanto ao dólar, o momento de aceleração da moeda norte-americana ocorre em nível global, ou seja, não se limita apenas ao Brasil. A economia americana continua sólida e com juros reais positivos, enquanto 80% das dívidas públicas ao redor do mundo estão com Juro zero ou negativo.
Para os especialistas, o aumento do dólar se deve a um movimento mundial de aversão a risco e não deve ser encarado necessariamente como algo ruim.
O dólar abriu nesta quinta-feira (27) com alta de 0,5% em relação ao real e era cotado às 10h30, a R$ 4,48.
O Ibovespa operava por volta das 10h45 com queda de 0,99%
Mirian Gasparin