Pesquisa Serasa capta impacto da Covid-19 na vida financeira do consumidor

A Serasa concluiu sua primeira pesquisa feita após as medidas de restrição econômica e isolamento social provocadas pela pandemia de Covid-19. E os resultados comprovam algumas dificuldades previstas para este período. Foram ouvidas 358 pessoas entre 18 e 74 anos (55% homens e 45% mulheres), de todas as regiões do Brasil, por meio de um sistema de neuromarketing que capta não apenas as intenções imediatas das pessoas, mas também suas intenções não explícitas. A sondagem foi online.
Esta amostra é estatisticamente representativa de acordo com Jéssica Vicente da Serasa, que explica que o método utilizado já apresentaria respostas significativas já a partir de 250 entrevistas, pois abrange pessoas economicamente ativas em geral. A sondagem foi online.
Dificuldades
A situação retratada pela pesquisa aponta para um cenário de dificuldades já em curso e que tende a causar problemas de curto, médio e longo prazos para uma parcela significativa da população, justamente a de menor poder aquisitivo.
A maior parte dos que já perderam emprego trabalhava em pequenas e médias empresas e recebia até 2 salários mínimos, com o agravante de a perda do emprego atingir famílias inteiras em mais da metade dos casos.
Para enfrentar a situação, uma parte já está à procura de uma renda extra ou outro emprego, mas há também um contingente importante de pessoas que pensam em emprestar dinheiro para pagar suas despesas. E isto pode complicar ainda mais a vida financeira delas.
Isto porque sem um vínculo ou comprovação de renda, a única opção para conseguir dinheiro é realizando empréstimos em modalidades que cobram juros maiores; ou seja, se não recuperar a capacidade de gerar renda no curto prazo, terá também problemas para pagar os empréstimos – e 91% afirma que fará empréstimo pessoal.
Outro comportamento natural em situações de crise é o consumidor priorizar o pagamento de algumas contas e dívidas. Segundo a pesquisa Serasa, comprar alimentos e pagar o consumo de energia, gás, água e celular figuram entre estas prioridades (resultado esperado).
Mas, deixam em último lugar da lista o item educação, justamente um dos únicos fatores que podem, comprovadamente, elevar a renda das pessoas. O dado positivo é que mesmo sendo minoria, mais de 20% dos respondentes da pesquisa colocaram as despesas com educação como prioritárias.
Ou ainda que, mesmo cortando gastos com educação, não desprezam sua importância, se considerarmos que, de acordo com a secretaria de Educação do estado de São Paulo, a migração de alunos do ensino médio privado para escolas públicas aumentou mais de 10 vezes este ano.
A seguir, alguns dos destaques mais relevantes da pesquisa Serasa:
- A pandemia afetou, de alguma forma, a vida financeira de 73% da população economicamente ativa;
- Aumento do desemprego/redução dos postos de trabalho empurra um grande contingente de trabalhadores para a informalidade ou para trabalhos autônomos (1/3 da população);
- Desemprego aumentou 5 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado;41% associa a epidemia como causa;
- Maior parte dos desempregados trabalhava em pequenas e médias empresas;
- 54% dos que perderam emprego ganhava menos que 2 salários mínimos;
- 89% dos entrevistados dizem já haver queda na renda familiar;
- 53% afirmam que todos da família perderam renda por causa da crise;
- Dos 14% que declaram estar desempregados, a maior parte trabalhava em pequenas e médias empresas:
- 70% são responsáveis pelas contas da casa:
A prioridade para o pagamento de contas coloca alimentação, energia, gás, água, celular, como prioridades (esperado); educação é o último item da lista (preocupante);
Na lista de prioridades, primeiro para alimentos; em último, educação: