Desemprego empurra jovens para sites de sugar daddies

Desemprego empurra jovens para sites de sugar daddies
Os últimos meses foram difíceis para milhões de brasileiros, especialmente para os jovens, que vivem um cenário grave de descompasso educacional e desemprego. No Brasil, o Universo Sugar, plataforma que conecta pessoas interessadas em um relacionamento patrocinado, deu um salto no número de inscritos após o início do isolamento social saindo de 15 mil para 25 mil inscritos nos últimos seis meses, sendo 83% jovens em busca de sugar daddies (homens maduros e bem sucedidos que se dispõem a bancar suas companheiras).
 
Para o site, o desemprego e falta de oportunidades para os jovens, são fatores que estão relacionados com o aumento da demanda na plataforma.
 
Antes da pandemia, a rede social registrava em média 15 mil novos inscritos por semana, e passou a receber 25 mil novos interessados nos últimos seis meses, um aumento de 67%. Deste número, 83% dos cadastrados nos últimos seis meses, entraram no site na condição de “Sugar Baby”, em busca de um ‘relacionamento patrocinado’.

Medo de perder vaga na faculdade

Caliri M, de 24 anos, estudante de Direito, ingressou na rede social em junho. Com os pais autônomos sem trabalho na pandemia, viu o débito com as mensalidades de R$ 2,8 mil acumular e agora busca uma alternativa para pagar os atrasados e ter permissão para fazer a matrícula.

“Se eu não conseguir alguém no site, talvez eu tenha que pedir trancamento. (…) Tenho medo de perder a vaga na faculdade, se não conseguir pagar. Medo de deixar anos de estudo para trás”, disse a participante do Universo Sugar.

Entre os dados divulgados está também o perfil médio dos usuários. O patrimônio dos daddies, por exemplo, gira em torno de R$ 8 milhões, com renda mensal média1 de R$ 80 mil. A média de idade dos homens é de 43 anos, enquanto que das jovens é de 23. A maioria das sugar babies são universitárias.

Veja os estados que mais buscaram pelo serviço nos últimos seis meses, segundo o Universo Sugar:

 
1. São Paulo
2. Rio de Janeiro
3. Mato Grosso
4. Amazonas
5. Minas Gerais
6. Ceará
7. Paraná
8. Bahia
9. Goiás
10. Distrito Federal
 
Com a pandemia se estendendo por mais de seis meses no Brasil e no mundo, para grande parte dos jovens, o segmento de namoro online é uma alternativa de interação e entretenimento. Por outro lado, aplicativos de relacionamento também se tornam um caminho para conquistar ganhos econômicos.

Desemprego de jovens ficou em 23,3% no 2º trimestre

A alta no desemprego no Brasil de maio a agosto foi de 27,6%. No fim de agosto, 12,9 milhões de pessoas estavam desempregadas, segundo a último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Ao levar em conta o gênero, a taxa de desocupação entre as mulheres foi de 16,2% — enquanto a dos homens foi de 11,7%. A discrepância foi registrada em todas as regiões. Em relação à idade, os mais jovens representam mais desempregados do que os mais velhos — 23,3% representam os que estão entre 14 a 29 anos de idade.

Redução de oportunidades

O cenário de cortes e redução de oportunidades afeta a permanência e ingresso dos jovens no mercado de trabalho, é o que aponta um levantamento da 99jobs, empresa de recursos humanos e recrutamento. Segundo a companhia, apenas 3% continuaram contratando durante os primeiros meses da pandemia do novo coronavírus.
 
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o fundador da 99jobs Eduardo Migliano, afirmou que hoje há menos vagas para mais candidatos. Antes da pandemia, a média de empregos anunciados no site era de 4.000 por mês; em abril, o número caiu para 500. De junho para cá, há uma retomada, mas não é possível falar em crescimento.

Migliano observou um crescimento nas buscas por estágios e trainees. “Não porque as empresas que estão abrindo postos sejam os melhores lugares para trabalhar, mas porque as pessoas estão se candidatando para todas as oportunidades que aparecem”, disse.

Outro fator que complica é que o cenário econômico desfavorável também pode acelerar a entrada dos jovens no mercado, uma vez que eles se veem obrigados a assumir parte das despesas familiares.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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