Aumento do preço dos alimentos chama a atenção das transportadoras

Aumento do preço dos alimentos chama a atenção das transportadoras

Inflação atinge a rotina das transportadoras, e empresário indica os caminhos para o controle da situação

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA-15), os preços de alimentos e de bebidas subiram de 1,95%, em março, para 2,25% em abril deste ano. Considerando o agregado de 12 meses, o resultado representa uma alta de 12,85%. Apesar de os números indicarem um aumento na inflação e das dificuldades das famílias em organizarem os seus orçamentos, o resultado também indica um crescimento nos gastos de outros setores da economia brasileira.

O contexto interfere diretamente nos custos operacionais das empresas do transporte rodoviário de cargas (TRC). Os preços dos combustíveis, a desvalorização do real em relação ao dólar, os juros elevados, o embargo à Rússia e a guerra na Ucrânia surtiram efeitos nas variáveis do balanço de pagamento das transportadoras. Alguns deles incluem o diesel, a manutenção e a renovação de frota, a aquisição de peças e de implementos rodoviários, as despesas com a compra de pneus, entre outros.

Entretanto, a principal dificuldade do setor é em conseguir repassar esses custos para os seus clientes. Pesquisa realizada pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) indicou uma defasagem de 13% entre o frete calculado pelas transportadoras e o frete que é cobrado às empresas contratantes.

A entidade também apontou na mesma pesquisa que o Índice Nacional de Custos do Transporte de Cargas Lotação (INCT-L) ultrapassou os 18% no último semestre de 2021. José Alberto Panzan, diretor operacional da Anacirema Transportes, empresa especializada no serviço de cargas lotação de alimentos, afirma que “existe uma grande dificuldade em repassar os reajustes no preço dos combustíveis. Os clientes buscam, cada vez mais, contratos anuais dentro de seus orçamentos. Por conta disso, os fretes ficam defasados. O primeiro passo para revertermos esse cenário é negociar com o cliente mais de quatro vezes ao ano”.

Controle financeiro

A conjuntura reforça a necessidade de o setor trabalhar com instabilidades e com o controle financeiro. Os alimentos ficaram muito caros, e a maioria dos brasileiros sente isso diariamente. Junto a esse preço, cresce também a atratividade dessas cargas aos olhares de grupos criminosos.

A NTC&Logística divulgou mês passado a pesquisa com os números sobre o roubo de cargas no Brasil. Segundo a Associação, o número de ocorrências cresceu 1,7% no ano passado. “Logo, é preciso reforçar o trabalho de prevenção, e a melhor maneira de fazer isso é com investimento em inovação e em tecnologia, principalmente dos sistemas de segurança, de rastreamento de frota e da infraestrutura no departamento de gerenciamento de riscos (GR) das transportadoras”, esclarece Panzan.

O empresário complementa dizendo que paradas frequentes não são necessárias pelo fato de a Anacirema trabalhar somente com rotas curtas, de no máximo 80km. Dessa forma, caso haja qualquer interrupção no fluxo de entrega da carga, nem que seja de um minuto, os softwares de pronto-resposta já alertam as empresas para elas iniciarem a solução do problema de forma assertiva.Entre as práticas de redução do problema, José Alberto acrescentou a compra e a instalação de telas de proteção nas janelas no topo do caminhão da frota da Anacirema.

“Por experiência, percebemos que muitos roubos acontecem por cima do veículo, quando o caminhão diminui a velocidade, seja para subir uma ladeira, seja para ficar parado no trânsito. Assim, tivemos que pensar em uma solução específica para essas situações, e as telas foram uma das alternativas que nos fizeram ficar sem roubos em nossas operações desde 2016”, finaliza o diretor da Anacirema Transportes.

Crédito da foto: Istock

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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