Como criar uma reserva emergencial mesmo com a alta dos preços?

Muito se fala sobre a importância de contar com uma reserva financeira para emergências. A ideia é que esse seja um dinheiro guardado para o caso de haver um imprevisto, como a perda de um emprego ou a necessidade de lidar com um gasto adverso, seja o conserto de um carro ou um tratamento médico ou dentário que não seja coberto pelo plano, por exemplo.

No entanto,  com a constante alta dos preços  – a expectativa de inflação para 2022, segundo pesquisa Focus publicada neste mês de junho, está em torno de 8,5% – tem sido cada vez mais difícil conseguir gastar menos do que ganha.

Isso não quer dizer que não seja possível. Com planejamento financeiro e disciplina, é muito mais fácil alcançar esse objetivo, tão importante para evitar dores de cabeça futuras. Ollé Widén, CEO & Co-Founder da Finanzero, fintech que consiste em um buscador de empréstimos online, traz algumas dicas para começar a colocar esse plano em prática. Confira abaixo:

1 – Quite as dívidas

É muito possível que o pagamento de dívidas, com taxas muitas vezes exorbitantes, seja uma das principais razões para as contas não fecharem ao final do mês. Por isso, é importante revê-las e se organizar para quitá-las o quanto antes.

Dívidas de cartão de crédito, por exemplo, tiveram juros de até 350% em 2021, o que na prática pode ter um impacto catastrófico nas finanças pessoais. Nesses casos, vale a pena buscar empréstimos em outras instituições, com melhores taxas e condições, para cobrir esses débitos e, depois, conseguir quitar as pendências mais rapidamente. A Finanzero, que funciona como um buscador de empréstimos online 100% gratuito, que possibilita a escolha da oferta mais vantajosa para o solicitante do crédito, pode ser uma importante aliada nessa busca.

2 – Reveja seus gastos e consuma de maneira consciente

Uma vez que as dívidas foram quitadas, é importante analisar com cuidado todos os gastos e quanto cada um representa no orçamento doméstico. Uma forma de identificar se algo está comprometendo mais do que deveria do orçamento é aplicando a regra dos 50/30/20. Segundo ela, 50% do orçamento deve ser dedicado aos itens essenciais, como moradia e alimentação; 30% deve ser para gastos flexíveis, como lazer; e 20% para investimento.

Caso identifique que, de alguma forma, alguma área da vida está demandando mais gastos do que o ideal, vale pensar como consumir de maneira mais consciente. No caso de alimentação, por exemplo, pode ser que você esteja fazendo muitas refeições fora ou pedindo muito delivery. Nesse cenário, vale investir no preparo em casa. Comprar produtos sazonais e fazer um planejamento para evitar o desperdício também podem ser importantes aliados para conseguir economizar. Já se o gasto com transporte estiver comprometendo o orçamento, seja pelo preço da gasolina ou pela tarifa do táxi ou do carro por aplicativo, uma alternativa é se organizar para utilizar o transporte público.

3 – Guarde dinheiro assim que receber seu salário 

Para conseguir, de fato, colocar em prática a regra dos 50/30/20, é importante que, assim que sua remuneração caia em sua conta, 20% dela já seja imediatamente investida. Isso porque, quando se espera o dinheiro “sobrar”, é mais difícil conseguir aplicá-lo, pois outras demandas – e tentações – surgem.

4 – Foque em investimentos que estejam atrelados à inflação

A partir do momento que se cria a disciplina de guardar o dinheiro assim que o recebe, é hora de escolher com cuidado o tipo de investimento. Isso porque alguns deles rendem mais que outros – a poupança, por exemplo, rende muito menos que o Tesouro Direto, que ainda é mais seguro. Em tempos de altas dos preços, é importante selecionar alguns investimentos que estejam indexados à inflação, como é o caso do Tesouro IPCA+, porque eles garantem que o investidor mantenha seu poder de compra ao longo do tempo, justamente por acompanhar esse índice.