Fed promove o maior aumento dos juros nos EUA em 26 anos
O Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos, subiu os juros do país para faixa de 1,5% a 1,75% – uma alta de 0,75 pontos percentuais desde a última decisão de juros, em maio. É o maior aumento de taxa desde 1994.
O reajuste acima do que havia sido sinalizado pelo Fed na reunião anterior mostra que será intensificada a política monetária para combate à inflação americana. Em maio, o índice de preços ao consumidor dos EUA voltou a pressionar e atingiu 8,6% no acumulado em 12 meses – a maior taxa desde dezembro de 1981 (quando ficou em 8,9%).
O Fed reconheceu que a atividade econômica americana voltou a se aquecer depois de uma queda no primeiro trimestre do ano. Além disso, o desemprego segue em níveis muito baixos e a inflação pressionada pelos desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, junto com a demanda forte por energia. “O Comitê busca alcançar o máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo. Em apoio a essas metas, o Comitê decidiu aumentar a faixa-alvo para a taxa dos fundos federais para 1,5% a 1,75% e prevê que os aumentos contínuos na faixa-alvo serão apropriados”, diz o Fed.
O analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake, Rodrigo Lima, afirm a que “na maior alta realizada em uma conferência do FOMC em 28 anos, o presidente do FED, Jerome Powell, sinalizou que espera que a taxa básica de juros dos EUA termine o ano entre 3,4 e 3,8%, acreditando em futuras altas de 50 bps O chairman reafirmou seu compromisso com abaixar a inflação, ainda acreditando ser possível fazer isso sem grandes deteriorações no mercado de trabalho americano, no entanto ainda paira sobre o mercado a dúvida como isso poderia ser executado sem causar uma recessão”.
“Não à toa hoje vimos o FED de Atlanta revisar suas projeções de crescimento do PIB americano no segundo trimestre para 0,0%, quando a estimativa anterior era de cerca de +0,9%.De qualquer maneira, mercados reagiram de maneira positiva ao comunicado de Powell, com os principais índices de ações dos EUA subindo após o início da conferência. Cabe ainda salientar a queda dos títulos do tesouro americano, que demonstram a maior atratividade desde 2007, antes da grande crise financeira de 2008”, destaca Lima.
Segundo o analista,os brasileiros que possuem investimento no exterior, podem ter suas ações na Bolsa de Valores impactadas por essas taxas.