Fusões e aquisições devem crescer entre startups nos próximos meses

Fusões e aquisições devem crescer entre startups nos próximos meses

Menor liquidez deve levar às aquisições no mercado tech

Com um cenário mais escasso e seletivo de investimentos, juros elevados e inflação, o segundo semestre de 2022 deve movimentar de forma ainda mais expressiva o mercado fusões e aquisições de startups brasileiras, gerando oportunidades, na visão de Alexandre Liuzzi, diretor de estratégia da Remessa Online, principal fintech de transferências internacionais do País.

Liuzzi liderou o processo de M&A (do inglês, Mergers and Acquisitions) da fintech, adquirida no final do ano passado por R$ 1,2 bilhão pelo Ebanx, líder em pagamentos internacionais no Brasil. Anteriormente, ele já havia acumulado experiência ao atuar com M&As no banco JP Morgan, nos EUA. Com ampla expertise no assunto e ciente das dores e incertezas que alguns gestores e fundadores de startups podem enfrentar neste movimento, ele traz importantes avaliações para a consolidação de um processo bem-sucedido de M&A.

Segundo o especialista observa, os M&As envolvendo empresas de tecnologia no Brasil se intensificaram nos últimos anos. Foram 247 operações envolvendo startups, em 2021. Se até recentemente, grandes corporações compravam startups para internalizar inovações e alcançar ganhos de eficiência, agora muitas startups se tornaram protagonistas nesses negócios. Cada vez maiores, com recursos em caixa e imersas numa cultura de inovação aberta, empresas Tech se valem de fusões e aquisições para escalarem seus negócios. Os objetivos principais são ampliar a base de clientes e, consequentemente, seu market share, e complementar seu portfólio de produtos e soluções num espaço de tempo bastante curto.

Sinergia de metas e objetivos

A aquisição da Remessa Online pelo Ebanx, por exemplo, surgiu do bom relacionamento entre as partes, que, desde 2020, vinham conversando sobre outras possibilidades de negócios com ganhos de sinergia. “Era uma relação de admiração e amizade e, posteriormente, de complementaridade entre os objetivos das duas empresas”, destaca Liuzzi.

O bate-papo sobre uma possível parceria evoluiu até se transformar em M&A, em dezembro de 2021. “O fator decisivo foi pensar que faríamos parte de algo maior, que aceleraria o desenvolvimento da empresa e das pessoas envolvidas”, conta.

Segundo explica Liuzzi, um grande desafio durante o processo de M&A, é chegar a um fator comum em relação ao valuation (quanto custa a organização). No entanto, outro ponto extremamente relevante é o day after, após a transação, principalmente em uma fusão. “Muito além do valuation, na Remessa pensamos em como funcionaria a retenção das pessoas envolvidas, o caminho que seria percorrido em conjunto e a continuidade do nosso sonho”, diz.

Dicas valiosas de M&A para os fundadores de startups

Depois de ocupar diferentes posições em mesas de negociação de M&A, Alexandre Liuzzi reúne abaixo um conjunto de experiências valiosas sobre o tema, em formato de dicas. Confira:

1 –Tenha mais de uma alternativa: Quando se considera um M&A, é importante ter mais de uma opção a ser avaliada. O melhor momento para negociar, é justamente aquele em que você não precisa necessariamente vender a sua operação.

2 – Sua empresa precisa estar organizada: Antes de pensar em uma possível venda do negócio, é necessário que a sua startup esteja organizada com as questões contábeis, de governança e com um histórico que tenha consonância com as melhores práticas e diretrizes do mercado.

3 – Esteja aberto a propostas e negociações: É importante estar aberto a conversas sobre possíveis fusões e aquisições, mesmo que existam investidores querendo colocar dinheiro na sua mesa ou que a empresa já esteja capitalizada. Nesta toada, você acaba desenvolvendo um relacionamento com o mercado, criando oportunidades e um processo competitivo. Mesmo que não exista agora a necessidade ou interesse em vender, esta postura aumentará as chances de sucesso, caso mude de ideia.

4 – Entenda todos os aspectos de um possível M&A: Organize bem o raciocínio, visualizando o que, de fato, significaria a possibilidade de M&A, tanto em questões qualitativas quanto quantitativas. Visualize a venda da sua empresa, bem como os termos envolvidos, verifique se a operação teria o consenso dos sócios, se existem sinergias reais nesta possibilidade de transação, entre outras questões.

5 – No caso de uma possível fusão, verifique se há sinergia e complementaridade: Quanto maior for a empresa que será adquirida em relação a que fará a compra, mais complicada poderá ser a questão da governança na integração dos processos. Neste sentido, é necessário pensar nas culturas, sinergias, nos dias após a compra. Lembrando que um M&A envolve não somente a negociação e a parte contratual, mas a capacidade da organização e da gestão estar em duas empresas. Qual o custo-benefício desta operação versus o crescimento orgânico?

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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