Estimativa cai 1,3% com estiagem no Rio Grande do Sul, mas safra 2023 ainda será recorde

Estimativa cai 1,3% com estiagem no Rio Grande do Sul, mas safra 2023 ainda será recorde

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar novo recorde em 2023, totalizando 298,0 milhões de toneladas, de acordo com a estimativa de fevereiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira (09) pelo IBGE. O valor é 13,3% ou 34,9 milhões de toneladas maior que a safra obtida em 2022.

Em relação a janeiro, a estimativa registrou redução de 1,3% (3,9 milhões de toneladas), primeira queda desde o início das projeções para 2023. Mesmo assim, a expectativa é de recorde nas produções da soja e do milho no ano.

Já a área a ser colhida deve ser de 75,8 milhões de hectares, apresentando crescimento de 3,5% frente à área colhida em 2022, aumento de 2,6 milhões de hectares. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou um crescimento de 36.592 hectares (0,0%).

“Em 2022, observamos uma quebra forte da safra de soja. Já em 2023, está havendo uma recuperação do produto, com alta de 21,3%. Além disso, a safra de milho está, novamente, batendo recorde de produção. Esses dois produtos, em grande parte, ajudam a entender a estimativa recorde para este ano”, analisa Carlos Barradas, gerente do LSPA.

Produção de soja cai 1,7%

Em relação a janeiro, os principais declínios nas estimativas da produção foram da soja (-1,7% ou -2.524.827 t), do milho 1ª safra (-2,5% ou -733.342 t), do milho 2ª safra (-0,4% ou -373.587 t) e do arroz (-2,5% ou -252 744 t).

A produção agrícola do Rio Grande do Sul tem sofrido os efeitos do fenômeno La Niña, com uma forte estiagem, o que levou à redução de sua estimativa de produção no mês.

“Os dados de produção do Rio Grande do Sul, que está enfrentando uma seca, começaram a ser observados em fevereiro. Por isso vemos essa queda de 3,9 milhões de toneladas em comparação com o mês anterior. O Estado é nosso terceiro maior produtor de grãos”, explica Barradas.

Barradas acrescenta que apesar dos impactos sofridos no Rio Grande do Sul, a estimativa de produção de soja e milho no país continua recorde para 2023, impulsionada por boas condições de produção, plantio e colheita.

“Ao contrário do ano passado, em 2023 a seca está concentrada mais no Rio Grande do Sul, e com menor intensidade no Estado. Nos demais estados produtores, como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, está chovendo muito bem. Por isso estamos batendo novo recorde de produção de soja, milho e grãos”, analisa o gerente do LSPA.

Produção de arroz declina

A estimativa para a produção de arroz foi de 10,0 milhões de toneladas, declínios de 2,5% em relação ao mês anterior e de 6,0% em relação a 2022. Apesar das perdas, que no mês de fevereiro chegaram a 252.744 toneladas, essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado brasileiro.

“O principal produtor de arroz do país é o Rio Grande do Sul. Com a seca, é possível que a disponibilidade de água para irrigação tenha sido reduzida, visto que quando há uma seca nessas proporções, muitos municípios limitam a água para este fim. A prioridade é o abastecimento urbano das populações “, destaca Barradas.

Mato Grosso lidera a produção de grãos

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 29,7%, seguido pelo Paraná (15,1%), Rio Grande do Sul (11,8%), Goiás (9,3%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (5,9%), que, somados, representaram 80,1% do total.

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para cinco grandes Regiões: a Centro-Oeste (8,5%), a Norte (11,1%), a Sudeste (1,0%), a Nordeste (2,3%), e a Sul (32,6%). Quanto à variação mensal, apresentou aumento a Região Nordeste (0,5%); houve estabilidade nas Regiões Norte e Sudeste e declínios nas Regiões Sul (-4,3%) e Centro-Oeste (-0,1%).

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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