Com safra recorde de trigo, Paraná mantém ritmo de venda aos mercados interno e externo

Com safra recorde de trigo, Paraná mantém ritmo de venda aos mercados interno e externo

A colheita da safra paranaense de trigo de 2023 deve se intensificar a partir de setembro

A produção recorde de trigo no Brasil na última safra levou a uma redução de 35% na importação do cereal no primeiro semestre deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2022. No Paraná, o volume entre exportação e importação foi quase o mesmo, com venda externa de 3 mil toneladas a mais que as compras internacionais. Essa é uma das análises do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 14 a 20 de julho.

O documento, preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), mostra que as importações brasileiras alcançaram 2,1 milhões de toneladas, volume inferior aos 3,2 milhões de toneladas do primeiro semestre de 2022.

Os dados nacionais foram extraídos do Agrostat, base de dados online que oferece visão detalhada das exportações e importações agrícolas. A produção brasileira de 10,6 milhões de toneladas de trigo no ano passado possibilitou, ainda, a venda de 2,1 milhões de toneladas para o Exterior. É o terceiro maior volume já exportado pelo Brasil em um primeiro semestre.

O Paraná, que colheu 3,5 milhões de toneladas em 2022, continua atendendo prioritariamente o mercado interno. No primeiro semestre deste ano, enquanto as exportações somaram 178 mil toneladas, as importações foram de 175 mil toneladas, com vistas a atender necessidades específicas dos moinhos.

A colheita da safra paranaense de trigo de 2023 deve se intensificar a partir de setembro. As 4,5 milhões de toneladas previstas são recorde histórico e têm potencial para manter em alta os números de exportação e contribuir para a redução dos volumes importados.

Milho e feijão

O milho apresentou valorização de preço no mercado internacional no início desta semana. A alta acumulada em dois dias úteis foi superior a 9%, possivelmente reflexo do rompimento de acordo de escoamento de grãos entre Rússia e Ucrânia, o que reduz a oferta de produtos no mercado, elevando o preço.

Para o feijão o mercado tem se mantido relativamente estável, com poucas negociações e pequenas variações nas cotações. Entre 10 e 14 de julho o produtor recebeu R$ 188,00 em média pela saca de 60 quilos do feijão de cores, aumento de 2,6% em relação à semana anterior. Já o preto foi comercializado a R$ 217,00 a saca, com redução de 1,2%.

Suíno e bovino

O Paraná foi o terceiro maior exportador do Brasil de carne suína no primeiro semestre de 2023. Foram vendidas 80,5 mil toneladas, um crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita financeira alcançou US$ 187,5 milhões, alta de 17% sobre os seis primeiros meses de 2022.

Já o Brasil exportou 16% a mais em 2023, chegando a 579,5 mil toneladas e uma receita financeira de R$ 1,4 bilhão. Santa Catarina foi o maior exportador com 320 mil toneladas, 55% do total nacional. É seguido pelo Rio Grande do Sul, com 23%, e pelo Paraná, com 14%.

O boletim faz referência também à redução de 4,8% no custo de produção por litro de leite em junho, comparativamente a maio. Nos últimos 12 meses a queda foi de 5,8%. A alimentação do rebanho foi o principal influenciador nessa redução. A situação representa uma compensação parcial para os produtores que ainda trabalham com margens apertadas, devido principalmente à importação de lácteos mais baratos.

Alho e Fungicultura

O documento traz informação também sobre o alho, que teve cultivo em 327 hectares na safra de 2022 e colheita de 1,6 mil toneladas, apontando Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 23,3 milhões. Comparando-se com 2013 – dez anos – os indicadores apresentam quedas: o espaço cultivado foi 30,9% menor, a produção reduziu-se em 26,8% e o VBP baixou 12,3%.

O boletim apresenta ainda dados sobre a produção mundial de fungos. A China é o maior produtor, com volume de 41,1 milhões de toneladas, respondendo por 48,2% da produção. O cultivo de cogumelos e trufas continua a crescer no mundo. São produtos valorizados pelo sabor e propriedades gastronômicos, com uso em variedades de pratos culinários.

Foto: Gilson Abreu/AEN

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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