Confiança Empresarial sobe em junho após três meses de relativa estabilidade
Foi o maior crescimento desde outubro do ano passado
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE subiu 3,0 pontos em junho, para 94,5 pontos, alcançando o maior nível desde outubro do ano passado (98,2 pts. naquela ocasião). Com o resultado, o índice retoma a tendência de alta esboçada ao início de ano, mas ainda segue distante do nível considerado neutro, de 100 pontos.
“O resultado de junho das sondagens empresariais do FGV IBRE sugere que o pior momento para a confiança empresarial em 2023 ficou para trás no início do ano. O ritmo de atividade, ainda que morno, caminha no sentido da normalidade, com sustentação de contratações e alta do nível de utilização na indústria. A melhora das expectativas no mês foi influenciada pela definição do novo regime fiscal e pela perspectiva de distensão da política monetária nos próximos meses. Mas a excessiva preocupação das empresas no horizonte de seis meses revela a persistência de um moderado pessimismo com a possibilidade de uma retomada mais consistente do nível de atividade este ano. A continuidade da tendência de alta da confiança dependerá da evolução do ambiente macroeconômico nos próximos meses”, avalia Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE.
Entre os índices componentes do ICE, houve alta de 4,0 pontos do Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E), para 95,1 pontos, impulsionada principalmente pela melhora no indicador de Demanda Atual (96,8 pts.), com alta disseminada entre os segmentos pesquisados. Já o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 2,8 pontos alcançando 96,2 pontos, o maior nível desde setembro de 2022 (100,1 pts.).
Preocupação continua
Apesar da melhora das expectativas, nota-se ainda uma grande preocupação do setor produtivo nos quesitos com o horizonte de seis meses. O indicador que mede as expectativas com o ambiente de negócios nos seis meses seguintes (92,8 pts.) segue abaixo do nível dos indicadores que medem o otimismo três meses à frente, como o de Demanda Prevista (94,2 pts.) e o de Emprego Previsto (98,3 pts.).
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
Em junho, o índice de confiança do Comércio registrou forte alta. Como este era o setor com o menor índice de confiança nos meses anteriores, houve uma relativa convergência dos índices setoriais na faixa entre 94 e 97 pontos. Houve alta também em Serviços e Indústria e uma ligeira queda do índice da Construção. Os resultados de junho foram influenciados, principalmente, pela melhora da percepção sobre a situação atual, exceto no caso da Indústria, setor em que foi registrada uma melhora mais expressiva nas expectativas.
Difusão da Confiança
Em junho, a confiança empresarial subiu em 71% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma disseminação superior à observada no mês anterior.