Estudo revela que 81% dos usuários querem a portabilidade da bandeira do cartão-benefício

Estudo revela que 81% dos usuários querem a portabilidade da bandeira do cartão-benefício

Uso compartilhado da rede de maquininhas de vale-alimentação e vale-refeição pode representar economia de R$ 5,21 bilhões para bares e restaurantes

Relatório realizado pela LCA, encomendado pelo iFood, mostra que a grande maioria dos usuários de cartões vale-alimentação e vale-refeição desejam a portabilidade do serviço. Segundo o estudo, 81% dos trabalhadores que recebem o benefício desejam poder escolher em qual empresa eles querem movimentar os valores que recebem para comprar comida ou mantimentos.

A portabilidade da bandeira do cartão de benefício é uma das principais inovações da lei de modernização do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), Lei nº 14.442/22, aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado. Assim como o cidadão já consegue fazer com sua conta salário e seu número de celular, o trabalhador beneficiado pelo PAT poderá migrar entre prestadores de serviço, podendo escolher a empresa que emite os vouchers de vale-refeição e vale-alimentação. A portabilidade do cartão-benefício foi aprovada e entraria em vigor em 3 de maio deste ano, mas o Governo Federal adiou a regulamentação dessa funcionalidade para maio de 2024.

Com a portabilidade, o trabalhador terá a liberdade para escolher, entre todas as 436 prestadoras que hoje atuam no mercado brasileiro de benefícios, a empresa que oferecer a melhor experiência, mais tecnologia, a cesta de benefícios e a rede credenciada que lhe é mais conveniente. Mais empresas teriam o incentivo para aderir ao programa, aumentando a rede credenciada e dando poder de escolha ao beneficiário. O relatório LCA mostra que 36% dos entrevistados gostariam de mudar a atual empresa.

Os principais motivos de insatisfação do trabalhador é que a bandeira atual não é aceita em todos os estabelecimentos (36%) e a limitação da aceitação do vale-benefício pelos estabelecimentos (40%). A falta de inovação também é apontada como motivo para querer mudar de empresa (39%) e, para 18%, a atual bandeira não oferece serviços de qualidade.

O estudo ainda apontou que os usuários de empresas mais novas do setor mostram-se mais satisfeitos, em comparação com os usuários que possuem cartões de empresas tradicionais.

Impacto da Lei 14.442/22

Outro ponto analisado pelo material é o impacto gerado pela regulamentação das mudanças aprovadas na lei de modernização do PAT. Além de portabilidade, foi aprovada a interoperabilidade das maquininhas para o uso dos cartões de vale-alimentação e vale-refeição. Essa alteração tornará possível a utilização do cartão-benefício em qualquer maquininha em qualquer estabelecimento que esteja de acordo com as regras do programa.

A interoperabilidade pode representar um potencial de economia de R$ 5,21 bilhões para o setor de bares e restaurantes. Esse montante, equivalente ao PIB da cidade de Olinda (PE), corresponde ao valor que os restaurantes deixariam de pagar em taxas ao aceitar pagamentos usando vale-refeição e vale-alimentação, que hoje variam de 7% a 13%.

Com os sistemas compartilhados, essas taxas devem cair até 5 pontos percentuais, chegando a menos de 2%, mesma porcentagem praticada pelas operadoras de cartão de crédito e débito. “Com a queda nas taxas, os restaurantes poderão repassar essa redução de custos para os preços, fazendo com que a comida chegue mais barata na mesa do trabalhador”, avalia Guilherme Paiva, head de Políticas Públicas do iFood.

Outro impacto da Lei é a facilitação da entrada de novas prestadoras de cartões-benefício no mercado, hoje dominado por apenas 3 empresas, que juntas detém 90% de participação. Até 2021, a taxa média de crescimento do número de prestadoras no PAT era de cerca de 5%. De 2021 para 2022, o crescimento saltou para 26%. “Isso significa mais inovação no mercado de benefícios, garantindo maior flexibilidade e dinamicidade para o usuário”, comentou Paiva. “Empresas tradicionais buscam replicar as inovações trazidas pelas novas ingressantes no mercado, adaptando seus serviços a um novo modelo de negócios, o que beneficia toda a cadeia do PAT.”

Paiva também aponta que a expansão do programa, com as mudanças na Lei, incentiva mais empresas a aderirem ao PAT, oferecendo aos seus colaboradores vale-refeição e vale-alimentação. “O estudo LCA estima que 1,7 milhão de trabalhadores poderiam ser beneficiados com vale-alimentação e vale-refeição com regulamentação da portabilidade e interoperabilidade, pois essas mudanças deixam o benefício ainda mais atraente para os funcionários e as empresas acabam sendo incentivadas a aderirem ao PAT. O crescimento do PAT também gera benefícios para o setor de alimentação e mercados, especialmente nos estados com menor adesão ao programa, com aumento significativo de potenciais clientes”, finaliza Paiva.

Programa de Alimentação do Trabalhador

O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi criado em 1976 para garantir o direito de acesso à alimentação no exercício da atividade profissional, especialmente, o trabalhador de baixa renda.

Estima-se que o valor anual transacionado no programa seja cerca de R$150 bilhões. Atualmente, o programa beneficia cerca de 23,4 milhões de trabalhadores, 48% da massa de trabalhadores formais cadastrados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de acordo com dados de 2021.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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