Presidente do BNDES quer parceria com iniciativa privada na indústria da defesa

Presidente do BNDES quer parceria com iniciativa privada na indústria da defesa

Mercadante anuncia mais financiamento à Embraer

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, defendeu que o Brasil busque mais parcerias com a iniciativa privada para fomentar a indústria nacional de defesa. Ele também sugeriu a criação de, pelo menos, uma empresa pública para atrair investimentos para o complexo industrial de defesa brasileiro.

As declarações foram feitas no seminário 4ª Revolução Industrial: Desafios para Defesa, Segurança e Desenvolvimento Nacional, realizado nesta terça-feira (26) na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Marcos Antonio Amaro dos Santos, também participaram da abertura do evento.

Mercadante disse que o complexo indústria de defesa é uma das seis diretrizes da nova política industrial do governo. O presidente do banco público fez uma comparação com o potencial que Estados Unidos e Europa têm para fomentar as indústrias locais, para justificar a aproximação com a iniciativa privada.

“Nós não temos as mesmas condições fiscais [espaço no Orçamento], não temos os mesmos instrumentos. Nós precisamos rever essa relação Estado e mercado, [buscar] muito mais parceria, muito mais interação entre o Estado e a iniciativa privada, sobretudo, na indústria da defesa”.

Política externa

Ao posicionar o Brasil como uma liderança do Sul-Global, do Brics (grupo de países emergentes) e da América Latina, Mercadante classificou a política de defesa como um alicerce da política externa.

“Essa política externa se alicerça na política de defesa porque somos uma nação que não vai se submeter nem hostilizar e quer buscar cooperação e complementariedade. Ter uma indústria de defesa forte, ter forças amadas preparadas, presença militar relevante evita hostilidades, evita constrangimentos e permite que a gente possa avançar na política de paz e na evolução da nossa diplomacia”, afirmou.

Para Mercadante, a indústria da defesa, que representa entre 4% e 5% do PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país), tem papel importante no desenvolvimento econômico e em avanços tecnológicos. “Não haveria GPS, computador e internet sem a indústria de defesa”, pontua. “A base industrial de defesa tem caráter estratégico, ajuda a agregar valor e gerar empregos e mão de obra qualificada”.

Empresa pública

O ministro da Defesa, José Múcio, recebeu uma sugestão de Mercadante. “Acho que precisaríamos criar uma ou três empresas nacionais estratégicas de defesa. Seria uma holding – três se for uma para cada uma das forças armadas”. Na proposta de Mercante, seria uma forma de ter mais agilidade, eficiência, articulação do poder de compra e atrair investimentos.

“Nós precisaríamos construir essa empresa, essas três empresas, vinculadas diretamente ao Ministério da Defesa e buscar crédito e investimento. A indústria, está claro, não pode viver do orçamento público com todas as carências que o país tem. Nós precisamos construir um outro caminho, é para isso que o BNDES está aqui”, explicou.

Mercadante aproveitou o evento para anunciar dados sobre financiamento de aviões da Embraer. “Estamos fechando 28 aeronaves, um valor total de US$ 778 milhões (equivalente a R$ 3,8 bilhões) de financiamento do BNDES”, informou. Segundo ele, ao longo da história, foram 1.287 aeronaves exportadas financiadas pelo BNDES.

Investimento público

Segundo o ministro da Defesa, a base industrial de defesa do país emprega 2,9 milhões de pessoas. José Múcio Monteiro lembrou que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê investimento de R$ 53 bilhões para o setor, sendo R$ 27,8 bilhões até 2026.

Como resultado dos investimentos na indústria da defesa, ele citou o navio de pesquisa hidroceanográfico Vital de Oliveira, que teve papel no mapeamento e coleta de dados da chamada margem equatorial, que se estende por mais de 2,2 quilômetros ao longo da costa, desde o Amapá até o Rio Grande do Norte, “naquela que está se caracterizando como promissora região para exploração de petróleo e já é chamada do novo pré-sal”.

Múcio ressaltou a importância do BNDES como indutor do processo de desenvolvimento. “Em termos de defesa, aliás, não há o que se falar em gasto, mas, sim, investimento, pois se tratam de ações que promovem a segurança, garantem a soberania, respaldam as decisões tomadas em fóruns multinacionais, ampliam a capacidade dissuasória e geram garantias para o país”, avalia.

O encontro no BNDES discute sobre políticas públicas relativas ao setor de defesa, segurança e desenvolvimento nacional. Os painéis de debates reúnem especialistas no setor, autoridades e representantes de instituições como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Petrobras.

Segurança virtual

O ministro Marcos Amaro, do GSI, adiantou que o governo vai anunciar, nos próximos dias, iniciativas de segurança cibernética.

“Nós pretendemos que, até o final do mês de outubro, sejam apresentadas a Política Nacional de Segurança Cibernética – definida por meio de um decreto – e o projeto de lei para a criação da Agência Nacional de Segurança Cibernética, a ser encaminhado ao Congresso Nacional”, anunciou.

Agência Brasil

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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