Super aplicativo pode amenizar desafios do transporte público
Integração com o digital deve melhorar experiência do brasileiro com transporte público
digital pode ser a solução para melhorar a experiência do cidadão com transporte público no Brasil. Nas grandes cidades especialmente, os brasileiros, de acordo com as percepções coletadas no estudo Connected Citizens, realizado pela EY em parceria com a Ipsos Mori, enfrentam desafios como falta de infraestrutura, com uma malha muito aquém da necessária; superlotação, por causa da oferta insuficiente para o alto número de passageiros; e atrasos constantes, o que afeta a confiança na qualidade do serviço.
O objetivo do Connected Citizens é compreender as atitudes dos cidadãos em relação à tecnologia e ao compartilhamento dos seus dados, além de suas considerações sobre os serviços públicos e suas expectativas referentes ao relacionamento com o governo. Neste ano, foram realizados dez workshops em cinco países – Austrália, Brasil, Índia, Reino Unido e EUA – para ouvir cidadãos, de diferentes perfis, sobre assuntos como sua opinião sobre os serviços digitais oferecidos pelo governo e como se dá essa interação, facilidade de acesso à internet, conhecimento digital, assim como oportunidades criadas pelo desenvolvimento da inteligência artificial e da tecnologia 5G.
A maior parte dos brasileiros não trabalha no mesmo local em que reside, precisando vencer longas distâncias diariamente, principalmente em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Quase metade (45%) dos passageiros de transporte público no Rio de Janeiro demora mais de duas horas para completar seu trajeto diário, segundo pesquisa da Moovit. Em dias úteis, o tempo de espera em pontos de ônibus ou plataformas de trem ou metrô é de 20 minutos em média.
Essa característica, aliada aos desafios de mobilidade já citados, faz com que os cidadãos enfrentem muitas horas no transporte. O ônibus é o meio de transporte mais usado no país, de acordo com estudo do Instituto Clima e Sociedade (iCS), mas aparece apenas na quarta posição na preferência da população, com o metrô liderando a lista.
Aplicativo de mobilidade urbana
Considerando esse cenário, o estudo da EY propôs aos participantes a ideia de um aplicativo para ajudar as pessoas a administrar melhor sua viagem para o trabalho. A proposta do app é permitir que o usuário planeje sua rota usando diferentes meios de transporte. A informação é oferecida em tempo real, destacando eventuais problemas e atrasos com os modais envolvidos. O aplicativo também dá opções de caminhada e de bicicleta, com dados sobre benefícios para a saúde, como queima de calorias.
Para os entrevistados do estudo da EY e da Ipsos Mori, a integração de vários modais, bem como caminhada e bicicleta, em um app possibilita melhorar o planejamento da viagem ou do trajeto, otimizando tempo. Além disso, essa solução traz conveniência e simplicidade ao substituir diversos aplicativos usados para esse propósito por apenas um. Por fim, outras funcionalidades atraem, como os benefícios de saúde apontados, já que o app indica as calorias queimadas; a possibilidade de visualizar as rotas que estejam passando por alguma dificuldade operacional; e a utilidade para quem buscar outro transporte (por causa da perda do ônibus ou da interrupção de um serviço).
Por outro lado, a maioria disse que o app por si só não resolve o problema de falta de infraestrutura do transporte público, incluindo a superlotação. “Também identificamos entusiasmo dos participantes pelas ciclovias e pela infraestrutura de aluguel de bicicletas. Eles consideram que a bicicleta poderia estar atualmente mais bem integrada com o transporte de forma geral. Há, ainda, receio com as barreiras de uso do smartphone, como roubo e furto, especialmente em cidades como São Paulo. A cobertura de internet foi outro problema citado, já que a instabilidade do sinal pode afetar a visualização das condições de transporte em tempo real”, diz Luiz Sales, sócio da EY.
Como funcionaria esse super app de mobilidade?
1) O cidadão poderia planejar sua rota para o trabalho digitando os destinos inicial e final. Na sequência, o app apresentaria possibilidades de rota por meio de diferentes tipos de transporte, como trem, metrô e ônibus.
2) O app forneceria, ainda, opções de caminhada e de trajeto por bicicleta, incluindo informação sobre os benefícios para a saúde como calorias queimadas no trajeto. As rotas ofereceriam diferentes níveis de intensidade de tráfego para que ciclistas menos experientes pudessem escolher uma rota sossegada – com menos carros e ônibus.
3) As informações seriam todas disponibilizadas em tempo real e destacariam potenciais problemas e eventuais atrasos na rota.
4) O app estaria integrado ao Google Maps para fornecer as rotas mais próximas, considerando sempre as diferentes opções de transporte disponibilizadas.
Agência EY