80% das executivas brasileiras estão confiantes com suas carreiras profissionais

80% das executivas brasileiras estão confiantes com suas carreiras profissionais

Estudo da KPMG aponta a importância do potencial das líderes femininas para conduzir empresas com resiliência

A maioria (80%) das mulheres executivas no Brasil sentem-se otimistas diante das oportunidades que os cenários de crises podem oferecer e 78% avaliam positivamente estarem em posições de liderança nesse momento desafiador na esfera global. Contudo, apenas 6% delas sentem-se adaptadas ao “novo normal”. É o que diz o estudo Global Female Leaders Outlook 2023, feito pela KPMG. Nessa quarta edição, o conteúdo entrevistou 839 participantes globais, de 53 países, sendo 46 participantes brasileiras.

O estudo objetiva trazer as expectativas e a importância do potencial das líderes femininas para conduzir empresas com resiliência e agilidade em um mundo com cenário de incertezas e constantes mudanças com as emergências climáticas. Há ainda informações sobre riscos geopolíticos, desafios econômicos, digitalização crescente e importância das questões ESG. “Constatamos que, mesmo em um ambiente econômico e social volátil, as executivas estão otimistas com as oportunidades que podem resultar desse cenário turbulento e não superestimam os obstáculos inerentes a atividade”, afirma Janine Goulart sócia de People Services e líder do pilar KNOW da KPMG no Brasil.

O conteúdo traça um perfil robusto com vários dados sobre quem são as mulheres que exercem cargos de liderança no mundo. Um quarto (25%) das executivas globais atuam no setor financeiro, área com o maior número de mulheres líderes. No Brasil esse índice é de 20%. Quanto à vida pessoal, 21% delas não têm cônjuge (22% no Brasil), 70% delas são mães (72% no Brasil) e a maioria, 4 em cada 5, têm cônjuges que trabalham em tempo integral (76% no Brasil). Apenas 10% afirmaram ser a única fonte de renda da família.

Rotina das executivas

A rotina de uma executiva também foi um ponto evidenciado nesse trabalho: mais da metade (56%) das líderes femininas globais trabalham 50 horas ou mais a cada semana em atividades remuneradas, enquanto no Brasil esse percentual é de 22%. Mais da metade (67%) relataram aumento na demanda por relatórios e transparência em ESG.

Os grandes desafios que essas líderes contemporâneas enfrentam também foram citados. A começar pela, ainda presente, jornada dupla: 38% das mulheres disseram ser as principais responsáveis pelas tarefas domésticas (35% no Brasil), uma média de 20 horas por semana é dedicada às tarefas domésticas pelas participantes globais – entre as brasileiras, a média é de 23 horas. Isso equivale a quase 3 dias úteis a mais por semana, de trabalho não remunerado, restando somente 15 horas para o lazer (incluindo os finais de semana) para as executivas globais, e cerca de 12 horas para as brasileiras. O total é de 69 horas de trabalho semanal, em média, para as líderes globais, e de 70 horas para as líderes no Brasil. Um quarto das entrevistadas globais relata 80 horas ou até mais de trabalhos semanais, estando as brasileiras acima desse índice, com 35%. Uma em cada três mulheres mencionam não ter ajuda externa nas tarefas domésticas e apenas 4% no Brasil e no mundo disseram que têm cônjuge que assume a principal responsabilidade por essas atividades.

Resiliência

A resiliência também é um ponto forte demonstrado entre as mulheres executivas: 80% global e 85% no Brasil mudaram de empresa pelo menos uma vez para conseguirem melhores oportunidades em suas carreiras. Mais da metade (63%) da amostra global e 54% no Brasil têm uma sucessora mulher na instituição. Outra conclusão da publicação da KPMG é que a alta demanda profissional afetou a vida pessoal de 71% das respondentes, e 69% delas se sentem sobrecarregadas por enfrentarem crises intermináveis. Por isso, 55% ressentem-se com o esgotamento físico e mental.

“Algo que não pode ser ignorado é a carga mental que as mulheres sofrem constantemente tendo que conciliar as atribuições que exercem nos diversos papéis que cumprem na sociedade, além das funções cotidianas consideradas menos importantes. Estudos comprovam que essa carga mental é mais forte em mulheres que em homens”, explica Patrícia Molino sócia de Cultura e Gestão de Mudanças e líder do Comitê de Inclusão, Diversidade e Equidade (CIDE) da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Outro ponto importante do estudo foi que, embora ainda haja relatos de enfrentamento de estereótipos e preconceito, 3 em cada 4 mulheres esperam ter igualdade de gênero nos próximos 15 anos. Mesmo com todos esses desafios no cenário mundial, e a atividade intensa que exige a vida profissional qualificada, pessoal e familiar de uma mulher executiva, a liderança feminina, segundo a pesquisa, com sua característica resiliente e polivalente de adaptabilidade e agilidade, é fundamental nas instituições que querem enfrentar as policrises do mundo contemporâneo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *