Dólar ganha força e perspectivas de corte de juros pelo Fed são adiadas

Após abertura lateral, o dólar passou a subir com intensidade nesta sexta-feira (2), exatamente às 10h30, depois que o relatório de emprego dos Estados Unidos superou todas as expectativas e minou apostas de corte antecipado dos juros pelo Federal Reserve. Na máxima do dia, às 14h08, a moeda norte-americana atingiu a valorização de 1,20%, cotado a R$ 4,9753. No fechamento, o dólar foi negociado a R$ 4,9672.
Com a aceleração da criação de vagas de emprego nos Estados Unidos em janeiro, muito provável em função da resiliência da economia e a forte produtividade dos trabalhadores, incentivaram as empresas a contratar e manter mais funcionários, uma tendência que pode proteger a economia de uma recessão este ano, mas influenciar o Federal Reserve, banco central dos EUA, a adiar cortes de juros.
Em geral, a economia norte-americana abriu 353 mil vagas de trabalho no mês passado, superando todas as expectativas.
Com o relatório de emprego dos Estados Unidos superando as expectativas, o corte dos juros americano que possivelmente iniciaria em março, deverá ser adiado, prevê Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank, uma das 15 maiores soluções de câmbio do Brasil.
Ainda, na quarta-feira, o banco central norte-americano manteve a taxa básica de juros inalterada, mas se posicionou em reduzi-la em breve ao retirar uma referência de longa data a possíveis novos aumentos nos custos de empréstimos.
Na outra mão, Jerome Powell, presidente do Fed, mencionou que precisará de mais dados favoráveis para ter certeza de que é hora de reduzir a taxa básica de juros.
Na avaliação de Bazzo, quanto mais tardio for o início da redução dos juros pelo Fed, maior tende a ser o benefício para o dólar. O CEO do transferbank explica que isso ocorre porque os investimentos de renda fixa denominados na moeda tornam-se mais atrativos em termos de rentabilidade. Simultaneamente, indicadores de resiliência econômica, como o sólido relatório de empregos recente, fortalecem a visão de que o banco central dos EUA ainda está comprometido com a contenção da inflação, o que justifica uma postura cautelosa antes de qualquer flexibilização da política monetária.