China recebe 91,8% da soja exportada pelo Porto de Paranaguá

China recebe 91,8% da soja exportada pelo Porto de Paranaguá

De 2023 para 2024, o Porto de Paranaguá também passou de terceiro para segundo lugar em movimentação nacional de soja com destino ao gigante do Oriente

A China é o principal destino das cargas de soja movimentadas no Porto de Paranaguá, no Litoral, representando 91,8% das exportações da commodity. Segundo dados do governo federal (Comex Stat), entre janeiro e março deste ano 3.208.185 toneladas de soja saíram do porto paranaense com destino ao país asiático. O número é 105% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado (1.563.276 toneladas).

De 2023 para 2024, o Porto de Paranaguá também passou de terceiro para segundo lugar em movimentação nacional de soja com destino ao gigante do Oriente (20%), ficando atrás apenas de Santos (42,4%), representando montante de US$ 6,7 bilhões na modalidade FOB (na qual o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte).

“Mesmo com a diminuição na safra no Brasil, os portos paranaenses seguem movimentando com mais eficiência e atendendo a grande demanda chinesa por esse produto. No primeiro trimestre registramos recorde de movimentação histórica geral, a grande parte com destino para a Ásia, o que comprova a excelência dos portos na dinâmica das operações”, destacou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Além da estratégia logística dos portos paranaenses, as safras menores registradas em outros países podem ter influenciado o aumento da movimentação de soja. Na Argentina houve redução de produtividade no ciclo agrícola 2022/2023.

“A Argentina é o terceiro maior produtor de soja no mundo, depois do Brasil e dos Estados Unidos, e isso impacta no mercado mundial, em oferta, em disponibilidade do produto e em preço. Nesse período, o Brasil teve uma safra muito interessante, uma safra recorde em 2022/2023, de 150 milhões de toneladas de soja, e ocupou esse espaço deixado pela Argentina”, explicou o especialista em economia do Conselho de Administração da Portos do Paraná (Consad), Giovani Ferreira.

Segundo ele, a expectativa da safra argentina para este ano é de cerca de 50 milhões de toneladas de soja, enquanto a brasileira deve ser de 146 milhões de toneladas. “A exportação do Brasil para a China vai continuar crescendo, mas daqui para frente talvez o fator não seja mais necessariamente a quebra na Argentina, mas sim um crescimento orgânico da demanda chinesa”, complementou. Outro motivo passa pelo fortalecimento do comércio bilateral entre Brasil e China em relação às negociações entre China e Estados Unidos.

O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, salientou que o Paraná segue sendo um grande exportador da matéria-prima, de onde origina o maior volume do complexo soja exportado por Paranaguá, mas também caminha a passos largos na diversificação de produtos. O Estado deve produzir 18,3 milhões de toneladas em 5,77 milhões de hectares em 2023/2024.

“A soja continua a ser nossa principal cultura, ocupando 29% do território agricultável”, disse. “Mas ao mesmo tempo em que o Estado tem contribuído para atender a demanda internacional, trabalha no sentido de agregar valor ao produto, transformado em ração, o que garante ao Estado a liderança nacional em proteína animal e os bons números na exportação de frangos, suínos e peixes”.

Primeiro trimestre

As exportações totais do Paraná somaram US$ 5,42 bilhões no 1º trimestre do ano, um acréscimo de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 5,2 milhões). O Estado lidera a movimentação internacional entre os estados da região Sul, superando o Rio Grande do Sul, cujas vendas externas somaram US$ 4,2 bilhões nos três primeiros meses deste ano, e Santa Catarina, com exportações de US$ 2,6 bilhões.

A China registrou acréscimo de 71,1% nas aquisições de bens produzidos no Estado, passando a responder por uma fatia de 26% do total das exportações do Paraná entre janeiro e março. As vendas para o país asiático subiram de US$ 822,9 milhões para US$ 1,4 bilhão de um trimestre para outro.

Crédito da foto: Rodrigo Félix Leal/SEIL-PR

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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