Vai comprar um imóvel? Confira quais são as condições para aprovar um financiamento

Vai comprar um imóvel? Confira quais são as condições para aprovar um financiamento

Futuros moradores precisam estar atentos à renda, documentação, entrada e condições que as instituições financeiras oferecem para os clientes

Financiamento de imóveis é sempre uma tarefa trabalhosa para quem quer ter uma casa própria. E a aquisição deste bem está nos planos de muitos brasileiros. Um exemplo disso é a Pesquisa Radar, feita pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), entre o final de novembro e início de dezembro de 2023. Segundo o levantamento, para 2024, 31% dos entrevistados teriam a intenção de comprar imóvel, sendo este o maior desejo para este ano.

Dessa forma, o primeiro passo na hora de adquirir casa ou apartamento é a aprovação do financiamento. “Tudo começa com a simulação de venda, para que se saiba se a pessoa tem as condições de compra necessárias”, explica o engenheiro civil Maurício Wildner da Cunha, do grupo Andrade Ribeiro, de Curitiba. 

A simulação, conforme explica o engenheiro, é feita com base nas informações do cliente e do imóvel, como renda familiar, localização da casa ou apartamento (em qual estado e cidade está o endereço) e valor da propriedade. A partir disso, o simulador, disponível no site da instituição financeira, aponta a quantia necessária para a entrada e o financiamento, bem como o número de parcelas e quanto será o valor da primeira e da última prestação. “Geralmente essa simulação é feita diretamente pelo site da Caixa Econômica Federal”, diz o engenheiro.

Quais os documentos necessários?

Para seguir com o financiamento, os futuros moradores precisam apresentar os seguintes documentos: os dados pessoais, disponíveis no RG e CPF, ou mesmo a carteira nacional de habilitação, que esteja dentro da validade. Também é importante apresentar comprovantes de renda e de endereço, que sejam do mês imediatamente anterior ao momento em que serão apresentados.

Se for uma compra conjunta, ou seja, que haja participação de um casal no financiamento, é necessária a apresentação dos documentos das duas partes. O engenheiro lembra que, caso os futuros moradores declarem Imposto de Renda, será necessário ter a declaração, que pode ser adquirida pela internet, por meio de login no site www.gov.br, ou pelo aplicativo do IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) disponível para downloads para smartphones com Android ou iOS.

Precisa dar sinal antes da compra do imóvel? 

O sinal é uma maneira de o cliente reservar a casa ou apartamento enquanto são avaliadas as condições de financiamento e os documentos pela instituição financeira. Nem todas as empresas cobram essa quantia, mas os futuros moradores podem se informar sobre o assunto, ou as próprias construtoras e imobiliárias esclarecem a questão com antecedência. “O cliente assina o Compromisso de Compra e Venda (CCV) e paga um valor, que será futuramente abatido no dinheiro dado como entrada quando o contrato for assinado”, diz o engenheiro.

É necessário dar entrada?

Sempre é necessário dar algum valor de entrada, conforme explica o engenheiro civil. “A Caixa financia geralmente 80% do valor, se a renda do cliente comportar. Neste caso a entrada será de 20% do total do imóvel. Quanto maior a renda, maior fica o financiamento e menor será a entrada. Se a renda for mais baixa, o financiamento é menor e consequentemente a entrada é maior”, explica Cunha.

Os clientes podem consultar diretamente com as imobiliárias, construtoras ou com as instituições bancárias como vai funcionar o financiamento, inclusive nos casos que envolvem programas de habitação popular, como é o Minha Casa, Minha Vida, que prevê financiamentos de imóveis de até R$ 350 mil para famílias com renda de até R$ 8 mil.

Pode usar o FGTS como parte do pagamento?

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que é um valor depositado mensalmente para trabalhadores do regime CLT, pode ser usado para quitar imóveis ou como entrada para o financiamento. Para isso, o cliente precisa ter, pelo menos, três anos de carteira assinada (que não precisam ser consecutivos) e não pode ter outro financiamento de imóvel ativo. Neste caso, é aprovado o uso do FGTS para imóveis de até R$ 1,5 milhão. Se a pessoa interessada tiver outra casa ou apartamento na mesma cidade em que quer adquirir outro imóvel, não será permitido o uso do valor.

O que prejudica a aprovação do financiamento?

O principal empecilho para que o financiamento seja aprovado é o endividamento do cliente, conforme o resultado das consultas realizadas pela Caixa Econômica Federal. “A renda não pode estar comprometida com outros financiamentos, como carro, parcelamento no cartão de crédito e empréstimos consignados. Isso pode atrapalhar a aprovação. A Caixa aprova um valor de financiamento com prestações que não comprometam mais de 30% da renda do cliente. Se não tiver nada disso, e com renda suficiente para assumir o pagamento das parcelas, tem todas as chances de aprovação”, explica o engenheiro. 

Quais as formas de financiar? 

Basicamente existem duas formas de parcelamento disponibilizadas pela Caixa. Uma delas é pelo Sistema SAC, no qual as prestações são decrescentes. Neste caso, o financiamento é menor e a entrada maior. Já pelo Sistema Price, as prestações são lineares durante o contrato. Por isso, o financiamento é maior e a entrada menor. “Estas condições fazem diferença, principalmente para os clientes com renda até R$ 8 mil, que é a grande maioria dos nossos clientes”, comenta Cunha.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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