Apenas três a cada dez profissionais brasileiros consideram o ambiente de trabalho inclusivo

Apenas três a cada dez profissionais brasileiros consideram o ambiente de trabalho inclusivo

Especialista em gestão e carreira da Human SA, comenta sobre como as empresas podem promover a diversidade

Uma recente pesquisa global, Talent Trends, realizada pela Michael Page, revelou que apenas três em cada dez profissionais brasileiros se sentem incluídos em seus ambientes de trabalho. Apesar de o Brasil superar a média global (26%) e da América Latina (28%) nesse quesito, com 32% dos respondentes afirmando se sentirem incluídos, os resultados indicam que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar uma cultura organizacional verdadeiramente inclusiva.

“Existe uma necessidade de as empresas brasileiras intensificarem seus esforços para criar ambientes de trabalho que abracem a inclusão. Apesar de alguns avanços, ainda há muito a ser feito, especialmente no combate ao etarismo, que se mostra um problema persistente”, comenta Leizer Vaz Pereira, CEO da Empodera e Professor da Human SA – O Brasil apresenta o mesmo percentual da América Latina (46%) de profissionais que já sofreram discriminação por causa da idade, superando a média global (44%) – “É fundamental que as organizações invistam em políticas e práticas que promovam a diversidade e a equidade em todas as suas dimensões, desde o recrutamento e seleção até o desenvolvimento de carreira e a cultura organizacional”, completa.

O especialista selecionou as 10 principais medidas que podem ser tomadas por parte das organizações e seus gestores para promover a inclusão no ambiente de trabalho:

1. Liderança comprometida: A alta gestão deve demonstrar compromisso genuíno com a inclusão, não apenas em palavras, mas em ações. Isso inclui criar e comunicar políticas claras de diversidade , além de garantir que sejam implementadas em todos os níveis da organização.

2. Recrutamento e seleção inclusivos: Adotar práticas de recrutamento e seleção que busquem ativamente a diversidade de perfis, considerando diferentes idades, gêneros, etnias, origens socioeconômicas, orientações sexuais, identidades de gênero, pessoas com deficiência e neurodiversidade.

3. Treinamento e sensibilização: Oferecer treinamentos regulares sobre diversidade, inclusão e combate ao preconceito para todos os colaboradores, desde a liderança até os estagiários. Isso ajuda a conscientizar sobre vieses inconscientes e a promover uma cultura de respeito e valorização das diferenças.

4. Comunicação inclusiva: Adotar uma comunicação interna e externa que seja clara, respeitosa e acessível a todos. Utilizar linguagem neutra e evitar estereótipos. Garantir que os canais de comunicação sejam acessíveis a pessoas com deficiência.

5. Ambiente de trabalho acessível: Adaptar o espaço físico e as ferramentas de trabalho para atender às necessidades de todos os colaboradores, incluindo pessoas com deficiência. Isso pode envolver rampas de acesso, elevadores, softwares de leitura de tela, entre outros.

6. Flexibilidade e adaptação: Oferecer flexibilidade nos horários e formatos de trabalho, como home office ou horários flexíveis, para atender às necessidades individuais dos colaboradores, como pais, mães, cuidadores e pessoas com deficiência.

7. Canais de denúncia seguros: Criar canais de denúncia de discriminação e assédio que sejam confidenciais e seguros, para que os colaboradores se sintam à vontade para relatar qualquer tipo de situação constrangedora ou discriminatória.

8. Grupos de afinidade e mentoria: Incentivar a criação de grupos de afinidade, onde colaboradores com características em comum possam se conectar e compartilhar experiências. Implementar programas de mentoria para apoiar o desenvolvimento de grupos minorizados.

9. Celebração da diversidade: Promover eventos e atividades que celebrem a diversidade cultural, geracional e de experiências dentro da empresa. Isso ajuda a criar um ambiente mais acolhedor e inclusivo.

10. Acompanhamento e melhoria contínua: Monitorar regularmente os indicadores de diversidade e inclusão, como a representatividade de grupos minorizados em diferentes níveis da empresa. Coletar feedback dos colaboradores sobre o clima de inclusão e utilizar esses dados para implementar melhorias contínuas.

“Um ponto de destaque é a criação de canais de comunicação seguros e eficazes para que os colaboradores possam denunciar casos de discriminação sem medo de represálias. As empresas devem estar preparadas para investigar e tomar medidas concretas para solucionar esses problemas. A construção de um ambiente de trabalho inclusivo é um processo contínuo, que exige o comprometimento de todos os níveis da organização”, finaliza Leizer.

Crédito da foto: Freepik

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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