Apostas esportivas online precisam de políticas que preservem famílias mais vulneráveis

Apostas esportivas online precisam de políticas que preservem famílias mais vulneráveis

Organização aponta que os impactos da atividade vão além da economia e tocam em questões de saúde pública e de proteção ao consumidor

Levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP) conclui que a ascensão das apostas esportivas online no Brasil precisa de duas principais medidas: proteção às famílias vulneráveis e educação financeira aos apostadores. De acordo com nota técnica, os efeitos das bets vão além da economia e tocam questões de saúde pública e proteção ao consumidor, já que uma parcela considerável dos adeptos relata perdas importantes de dinheiro.

De acordo com a nota, legisladores podem considerar a implementação de regulamentos para proteger as famílias financeiramente vulneráveis dos efeitos adversos das apostas esportivas online. Isto poderia incluir medidas para limitar o acesso a plataformas de apostas esportivas para indivíduos que enfrentam restrições financeiras ou fornecer recursos para práticas de jogo responsáveis.

A organização também reforça que, dados os desafios de acesso atualmente, pode haver necessidade de programas aprimorados de educação financeira direcionados aos apostadores, por parte de governos e organizações, o que incluiria serviços de aconselhamento, programas de gestão de dívidas ou assistência financeira para ajudar os indivíduos a enfrentarem tais situações financeiras.

Segundo o levantamento, dois estudos, um relativo ao Brasil e outro aos Estados Unidos, ressaltam a necessidade de políticas públicas eficazes e educação para promover práticas de apostas responsáveis. De acordo com a POF 2017/18, menos de 1% da população adulta tinha participado de alguma aposta esportiva naqueles anos (contra cerca de 5% de apostas lotéricas). No entanto, a pesquisa da AGP/SBVC revela que, em 2024, 38% dos entrevistados já participaram de apostas esportivas online, sendo 25% frequentemente e 54% ocasionalmente.

A maioria dos apostadores online são jovens, com participação significativa entre aqueles com idades compreendidas entre os 18 e os 44 anos – com destaque para o grupo entre 25 e 34 anos. Esta tendência demográfica sugere que as gerações mais jovens estão mais inclinadas para as apostas online.

A nota ainda ressalta que as apostas esportivas são uma atividade econômica importante no Brasil, com o tamanho do mercado expandindo significativamente nos últimos anos. Atualmente, o estudo da AGP/SBVC estima que as operações de apostas esportivas movimentem R$ 150 bilhões anualmente (cerca de 2,7% da renda), sendo que somente as atividades online representaram mais de R$ 50 bilhões em 2023.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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