Empresas familiares estão mais avançadas que a média global na implementação de IA

Empresas familiares estão mais avançadas que a média global na implementação de IA

Os negócios familiares também estão mais otimistas no país em relação à oportunidade de uso da nova tecnologia na comparação com a média mundial

A edição 2024 da NextGen, pesquisa global da PwC que investiga tendências e aspectos relacionados ao processo de sucessão em empresas familiares, mostra que representantes da próxima geração de gestores nestas empresas são mais otimistas em relação à IA generativa do que a geração atual. Estes líderes também entendem a necessidade urgente de descentralizar a responsabilidade pela IA para promover uma ampla adoção dessa tecnologia em todas as dimensões de seus negócios. Neste ano, foram ouvidos mais de 900 representantes de empresas familiares, respondentes entre 18 e 40 anos, membros de famílias que aspiram se tornar proprietários conscientes, membros influentes de conselhos ou líderes visionários.

O estudo aponta que enquanto 47% dos entrevistados do Brasil estão em estágio inicial de exploração da IA generativa ou em fase de teste, globalmente esse índice é menor, de 37%. A pesquisa da PwC revela que 64% dos respondentes brasileiros acreditam que há uma oportunidade para as empresas familiares se posicionarem na vanguarda do uso responsável da IA e de outras tecnologias, em comparação com 50% da média global. Outro dado que contribui com essa constatação é o de que 89% dos entrevistados do Brasil, e 73% no mundo, acreditam que a IA generativa é uma poderosa força de transformação nas suas empresas.

“Neste ambiente de disrupções tecnológicas, econômicas e climáticas, os líderes da próxima geração precisam estar preparados para agir com sabedoria e cautela. Nosso estudo revela que eles estão empolgados com as novas tecnologias e estão mais abertos a elas do que a atual geração de líderes. Existe aqui uma oportunidade de gerar valor e impulsionar o crescimento dos negócios que não pode passar despercebida”, observa a sócia e líder de Empresas Familiares da PwC Brasil, Helena Rocha.

Rafael Biedermann Mariante - hz.jpg
Rafael Biedermann.

No Rio Grande do Sul, o cenário das empresas familiares, embora influenciado pelas mesmas tendências, ainda sofre os efeitos das enchentes que acometeram o estado no mês de maio. Segundo o sócio da PwC Brasil, Rafael Biedermann, a nova geração de líderes das companhias gaúchas está bastante atenta a essas questões, porém o momento de reconstrução que vive o Rio Grande do Sul após as tragédias exige uma maior atenção a outras preocupações de curto prazo, deixando o avanço tecnológico em segundo plano. Contudo, Biedermann entende que, passado essa situação, o nível de utilização de IA e outras tecnologias vai superar a média nacional. “Tradicionalmente o povo cresce, desenvolve-se e supera as adversidades explorando sua raiz empreendedora e inovadora. O Rio Grande do Sul vem se desenvolvendo muito nesses últimos anos e com certeza vai recuperar esse ritmo utilizando as tecnologias mais modernas em nossos negócios”, completa.

Confiança

Ainda conforme a NextGen 2024, entusiasmada com a IA, a nova geração dos negócios familiares brasileiros percebe menos riscos associados à tecnologia que a geração atual. Deste público, 50% acreditam que, nos próximos 12 meses, a IA generativa pode intensificar riscos de cibersegurança. Esse índice na geração atual é de 73%. Essa percepção divergente também se sustenta em outro dado: enquanto 42% da nova geração pensa que a IA poderá influenciar responsabilidades legais e riscos à reputação, 63% das lideranças atuais têm a mesma opinião.

“Empresas familiares costumam abordar a inovação com mais cautela que as de capital aberto. A vasta maioria dos nossos respondentes tanto no Brasil quanto no mundo acredita que deve haver treinamento da força de trabalho para que possam entender melhor os riscos e as oportunidades da IA. Vale destacar que apenas 17% das empresas familiares no Brasil, 14% no mundo, têm uma equipe ou funcionário responsável por alavancar o tema de IA generativa. Em geral, o líder de TI tem assumido também esse papel. A probabilidade dessa posição passar a existir aumenta em empresas maiores e mais maduras”, acrescenta Helena Rocha.

“Junto a este incentivo de se buscar novas tecnologias, existe também um receio das atuais gerações de gestores em as incorporar, visto que os jovens têm muito menos resistência a tais mudanças. Esse é um conflito geracional que precisa ser bem elaborado na governança, exigindo papeis e responsabilidade bem definidos no negócio familiar para que isso não interfira na saúde da empresa”, destaca Rafael Biedermann.

Governança

O estudo da PwC também compara a nova geração com a atual liderança das empresas familiares do Brasil para entender como cada geração avalia aspectos ligados à governança. Apesar das diferenças, as opiniões se aproximam.

Enquanto, 67% dos mais jovens acham que existem papéis e responsabilidades claros para os envolvidos na gestão do negócio, 73% da atual geração tem essa opinião. Quanto a ter uma estrutura de governança clara, os percentuais são 67% e 62%, respectivamente. Já sobre existir resistência a mudanças dentro das empresas, os números são 36% e 41%, nessa ordem.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *