Indenizações por queda de avião da VoePass devem ser analisadas em breve pela Justiça

Indenizações por queda de avião da VoePass devem ser analisadas em breve pela Justiça

Casos semelhantes já estipularam valores de até R$ 700 mil para indenizações por danos morais a parentes próximos

Nos próximos dias, começam a ser analisadas em tribunais de todo o país as primeiras ações judiciais de familiares das 62 vítimas da queda do avião da VoePass, ocorrida em 9 de agosto. O trágico acidente, que comoveu o Brasil, deve gerar uma série de processos de indenização, tanto por danos morais quanto materiais. Segundo especialistas, as decisões anteriores em casos semelhantes já estipularam valores de até R$700 mil para indenizações por danos morais a parentes próximos, enquanto os danos materiais, dependendo da situação econômica das famílias, podem alcançar cifras milionárias.

As famílias das vítimas terão direito à indenização pelo Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil do Exportador ou Transportador Aéreo (RETA), uma cobertura que deve ser acionada pela própria companhia aérea junto à seguradora. “Todos os terceiros prejudicados em decorrência de um acidente aéreo têm direito à reparação dos prejuízos sofridos. Cabe à empresa aérea acionar o seguro para garantir esse pagamento”, explica o advogado Robert Beserra, especialista em direito aéreo.

Para os familiares, a busca por reparação envolve uma série de procedimentos legais iniciais, que vão desde o registro de ocorrência até a preservação de provas documentais que possam comprovar os danos sofridos. “É fundamental que os familiares mantenham registros como bilhetes de viagem e documentos que demonstrem o parentesco com o passageiro. Além disso, é aconselhável buscar assistência jurídica o quanto antes”, orienta Beserra.

No tocante à responsabilidade pelo acidente, o advogado destaca que, apesar de a companhia aérea ser a responsável primária, outras partes também podem ser envolvidas, como fabricantes, empresas de manutenção e até órgãos de controle de tráfego aéreo. “A responsabilidade não é exclusiva da companhia aérea. Se a investigação comprovar falha técnica ou defeito de fabricação, o fabricante pode ser acionado judicialmente. Da mesma forma, se o problema for de manutenção, a empresa responsável por essa atividade pode ser responsabilizada”, esclarece.

Após um acidente aéreo, os familiares das vítimas têm direito a uma série de medidas de suporte e compensações. Além de assistência imediata, como suporte psicológico e informações transparentes sobre o caso, eles também podem buscar indenizações que vão desde compensação por despesas médicas e funerárias até a reparação pelos danos morais e materiais causados. “As indenizações são avaliadas individualmente, levando em consideração a perda econômica e o impacto emocional. Em alguns casos, convenções internacionais, como a de Montreal, também podem influenciar os valores mínimos”, afirma Beserra.

A investigação técnica realizada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é um passo crucial para esclarecer as causas do acidente. “As conclusões do Cenipa são determinantes e podem impactar diretamente as ações judiciais, tanto em relação à responsabilidade quanto à extensão dos danos. Isso inclui tanto ações civis quanto criminais, em casos onde houver indícios de negligência ou falha humana”, ressalta o advogado.

Para os familiares que enfrentam o luto e a necessidade de buscar justiça, Beserra orienta: “É importante exigir informações claras e contínuas das autoridades e da companhia aérea, além de buscar acompanhamento psicológico e jurídico especializado. Colaborar com as investigações também é essencial para garantir que todos os direitos sejam preservados e que as indenizações sejam justas”.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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