Mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil
Dados refletem às novas políticas das empresas voltadas para a diversidade
O movimento feminista, que luta pela igualdade e diretos das mulheres, reflete nas últimas transformações do papel feminino na sociedade. Apesar das dificuldades, a influência da mulher no mercado de trabalho é cada vez mais expressivo. Apesar de serem mais da metade da população e, em média, possuírem maior grau de instrução (IBGE), as mulheres ocupam apenas 42% dos cargos de chefia no setor público. Quando olhamos para a alta liderança no setor privado, elas ocupam cerca de 38% dos cargos. O resultado representa um avanço significativo comparado a 2019, que eram de 25%.
O movimento é um reflexo das mudanças feitas pelas empresas nos últimos anos, que visa integrar colaboradores de acordo com os pilares de ESG e inclusão, sendo das mulheres um dos pontos que mais avançou nos últimos dez anos. Além disso, o estudo da consultoria McKinley mostra que a presença de mulheres no mercado de trabalho e em cargos de liderança pode gerar um aumento de até US$ 12 trilhões no Produto Interno Bruto (PIB) global até 2023.
No caso do Brasil, o acréscimo seria de cerca de US$ 410 bilhões. A professora do Curso de Direito da Faculdade Anhanguera, Camila Escorsin Scheifer, destaca que o movimento é de extrema importância para a inclusão de mulheres nos negócios. “É preciso quebrar barreiras para empresas que ainda resistem a presença feminina, pois um primeiro movimento gera grandes transformações em toda a estrutura. Ou seja, com a entrada de uma mulher, a porcentagem de chances de abrir oportunidades para o público feminino aumenta ainda mais”, explica.
Entretanto, mesmo com o aumento da proporção de mulheres na liderança de empresas, as dificuldades ainda são muitas. Entre elas está a desigualdade salarial entre gêneros, em que os homens ganham mais do que as mulheres, ocupando o mesmo cargo dentro de uma organização, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), eles recebem salários 22% maiores. Para Camila, esse é apenas mais um dos dilemas enfrentados. “Não há equidade em relação aos salários entre homens e mulheres, além disso, muitas empresas optam por desligar a colaboradora durante ou após o período de licença maternidade ou extinguir o contrato em casos de gravidez. A atitude é discriminatória, além de violar direitos constitucionalmente garantidos às mulheres. É preciso combater essas condutas para que os dados das próximas pesquisas sejam ainda mais relevantes e significativos”, conclui.
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