Empresas em processo de fusão ou aquisição precisam de planos de remuneração estruturados para reter talentos

Empresas em processo de fusão ou aquisição precisam de planos de remuneração estruturados para reter talentos
Paulo Saliby.

Uma das melhores estratégias é identificar rapidamente quais são os talentos estratégicos e tomar ações concretas de retenção

O mercado corporativo brasileiro continua resiliente e apresenta sinais de que a maioria dos empresários permanece otimista. Um dos sinais disto é que o volume de fusões e aquisições (Merger e Acquisitons – M&A) no país terminou o primeiro semestre 5,3% maior do que em 2023, com a conclusão de 776 transações. Só de abril a junho foram registradas 426 operações no Brasil, maior número em um trimestre em dois anos, mostra um levantamento recente da KPMG.

Neste contexto é muito importante que as empresas que já começaram este processo ou podem passar por ele no futuro fortaleçam sua estratégia de remuneração tendo em vista a atração e retenção dos melhores talentos do mercado. Para além dos elementos mais tradicionais, é essencial que as empresas possuam em seu portfólio planos capazes de promover a retenção de pessoas-chave, o que normalmente se materializa por meio dos Incentivos de Longo Prazo (ILP).

Em recente pesquisa realizada pela SG Comp Partners, consultoria que desenha e implementa planos estratégicos de remuneração, 22% das empresas brasileiras afirmaram ter efetuado alguma alteração no plano de Incentivos de Longo Prazo (ILP) em 2023. Entre as principais mudanças realizadas estão: ampliação dos níveis de cargos elegíveis (25%); redução do período de carência (21%) e desvinculação com o plano de bônus/PLR (17%). Além disso, 25% das empresas disseram pretender efetuar alguma alteração no plano de ILP ao longo de 2024 pelos seguintes motivos: aumento da percepção de valor/atratividade (60%) e maior grau de alinhamento com os acionistas (32%).

Quando os colaboradores integram uma empresa que é adquirida ou se funde a outra, sempre se instaura um período de insegurança e expectativa no ambiente de trabalho. Segundo Paulo Saliby, sócio e fundador da SG Comp Partners, consultoria que desenha e implementa planos estratégicos de remuneração, é fundamental neste cenário que a empresa compradora seja ágil em identificar rapidamente os talentos imperdíveis e implementar ações concretas de retenção.

“Os primeiros 12 meses após a aquisição são críticos, pois a eficiência e qualidade das operações precisam ser mantidas de qualquer forma neste período, o que essencialmente depende da retenção e engajamento das pessoas ocupando cargos-chave”, complementa o consultor.

A existência de um plano robusto e bem estruturado de incentivos de longo prazo pode ajudar bastante, porém, por vezes se faz necessário o desenho de um plano específico e pontual de retenção de pessoas-chave da empresa adquirida, com um horizonte de tempo mais curto, em função da instabilidade inerente a um momento como este.

Depois da fase mais crítica, a compradora terá melhores condições de identificar executivos e profissionais estratégicos na estrutura da companhia adquirida que tenham um alinhamento em termos culturais e, portanto, condições de embarcar em uma jornada de longo prazo. Para estes casos, a inclusão no plano regular de incentivos de longo prazo será essencial para comunicar e reforçar as perspectivas de vínculo duradouro.

“Dessa forma, é possível deixar claro para as pessoas que, além de um plano de carreira, elas têm um futuro na empresa, em que serão reconhecidas financeira e efetivamente por sua dedicação e comprometimento com o sucesso dos negócios”, explica o consultor.

Para Saliby, os planos de incentivos de longo prazo são o instrumento mais eficaz para a fidelização e motivação de talentos diferenciados, por sinalizarem claramente a perspectiva de recebimento, ao final de um período pré-determinado, de uma recompensa relevante atrelada à geração de valor, contribuindo dessa forma para a disseminação de uma postura de corresponsabilidade pelo sucesso empresarial.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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