Primeira bolsa de ação climática do Brasil completa 1 ano com a marca de 80 milhões de toneladas de créditos de carbono

Primeira bolsa de ação climática do Brasil completa 1 ano com a marca de 80 milhões de toneladas de créditos de carbono

Muitas empresas estão solicitando o inventário de pegada de carbono na B4

80 milhões de toneladas de créditos sustentáveis em cronograma de listagem na plataforma; cerca de 300 projetos também em cronograma, e outros avanços. É  assim que a B4 – primeira bolsa de ação climática do Brasil – comemora seu primeiro ano desde o lançamento oficial da bolsa no mercado.

Celebrado em 13 de agosto, o primeiro aniversário da B4 marca um grande avanço, não apenas na bolsa, mas também em todo mercado financeiro e de sustentabilidade. Esse avanço pode ser visto nos números acumulados no período, que demonstram o desenvolvimento das empresas para compreender a importância de listar seus créditos, e das outras empresas, em compensar suas emissões, comprando esses ativos.

“As empresas começaram a entender quem é a B4 e como somos importante aliado no processo de implantação de uma jornada de sustentabilidade dentro dos negócios. Muitas empresas têm procurado a B4 para solicitar seu inventário de pegada de carbono. Além disso, estamos com quase 300 projetos e 80 milhões de toneladas de créditos. Ou seja, as empresas querem entender o que estão fazendo dentro do contexto ambiental, e quais impactos elas estão gerando”, diz Odair Rodrigues, fundador e CEO da B4.

O CEO da bolsa ainda fala da superação da expectativa inicial da B4. “Quando lançamos a bolsa tínhamos a expectativa de que o mercado iria movimentar R$ 12 bilhões no primeiro ano; essa expectativa foi superada e o mercado está mais aquecido do que projetamos”, diz Odair.

Esse aquecimento pode ser visto por meio dos números: somente em 2022 o mercado voluntário mundial de créditos de carbono atingiu US$ 2 bilhões e houve um salto expressivo para 2023 e 2024. Além disso, a consultoria McKinsey, prevê que o mercado de carbono atinja US$ 50 bilhões até 2030. 

Uma vez que o mercado superou as expectativas dentro de um ano, em 2025 os números devem ser ainda maiores. “A B4 já tem quase 300 projetos em cronograma de listagem, e só com eles, a gente tem mais de R$ 20 bilhões em custódia. Cada vez mais o mercado supera as expectativas, então é provável  que no próximo ano, esses números alcancem patamares ainda maiores”, diz o CEO da B4.

Ainda que o cenário seja positivo para o mercado de carbono, o Brasil continua lento no processo de regulamentação do setor. Isso faz com que o país perca oportunidades de investimentos e continue reprimindo a demanda de mercado, que é global. “O Brasil é um dos maiores potenciais para geração de crédito de carbono, mas é necessário que haja regulamentação. Sem ela, atores do mercado são forçados a buscar alternativas que anulem esse potencial, como por exemplo, importar crédito de carbono. É necessário mudar este cenário e fazer com que haja entendimento do nosso potencial e regulamentação do mercado. É isso que estamos cobrando e querendo destacar a todos“, conclui Rodrigues.

Agente do Clima

Em relação ao inventário de pegada de carbono, a B4 deu um grande passo recentemente, em comemoração ao primeiro aniversário, iniciando as operações do “Agente do Clima” – uma ferramenta de Inteligência Artificial que ajuda as empresas a medirem a pegada de carbono de seus negócios, com a geração de relatórios detalhados em até 24 horas.

“O Agente do Clima é uma ferramenta que faz parte do propósito da B4 de ajudar as empresas a entenderem quais os impactos reais no meio ambiente, para que assim possam reduzi-los. Além das respostas geradas nos relatório da IA servirem para guiar as empresas, todos os dados coletados na ferramenta serão integrados ao nosso Relógio de Ação Climáticapara rastrear os impactos na economia global e dar um panorama geral dos dados climáticos dentro do contexto de emissões de CO2“, completa Odair.

O Agente do Clima pode ser usado também por pessoas para analisar o impacto da pegada de carbono individual e ganhar benefícios por isso. É uma ferramenta gratuita que já pode ser ser testada  através do link: https://agentedoclima.com/app/login/

No dia 13 de setembro, durante o próximo evento da B4, Ação Climática em Foco – Setembro, será anunciado o lançamento oficial do Agente do Clima.

Parcerias

Em um ano, a B4 já realizou mais de 5 eventos educacionais gratuitos e abertos ao público, presencialmente em São Paulo. Os encontros têm como objetivo explicar de maneira prática o mercado da sustentabilidade, assim como da blockchain, créditos sustentáveis e todas as temáticas em torno dos créditos de carbono. 

“Durante esse primeiro ano da B4, realizamos seminários com especialistas de diversas áreas do mercado, tanto da sustentabilidade quanto financeiro, para que as pessoas pudessem entender o que estamos vivendo e como os impactos das ações individuais e das empresas reverberam na natureza. Além disso, também trouxemos com esses eventos, as soluções que a B4 oferece para implantação de uma jornada de sustentabilidade nas empresas, e na mitigação das emissões de CO2″, disse Odair.

Os seminários vão continuar acontecendo mensalmente como forma de educar o mercado e as pessoas que nele estão. Junto com os eventos, foi um ano de muitas parcerias estratégicas e duradouras. 

“No nosso último seminário, tivemos a presença de representantes do Banco do Brasil e do Mercado Bitcoin, que são apenas exemplos de grandes empresas atuantes no mercado de sustentabilidade. O objetivo é crescer e fortalecer laços com empresas que, assim como a B4, têm propósitos reais com relação à sustentabilidade“, completa o CEO da bolsa.

Futuro da B4

A B4 tem cerca de 300 projetos na fila de listagem. Nos próximos seis meses, projeta analisar 105 desses projetos, certificando pelo menos um a cada mês.

Cada um desses projetos certificados serão listados na plataforma e as empresas poderão iniciar projetos de ação climática com segurança, transparência e rastreabilidade.

“Falar do futuro da B4 é como falar do presente, porque as coisas estão acontecendo de forma bastante rápida, já que o mercado está acelerado. O que podemos projetar com certeza é a certificação e listagem de ao menos 1 projeto de ativo sustentável por mês – o que vai trazer um fluxo para a B4 e atrair os olhares do mercado de sustentabilidade“, diz Rodrigues.

Para além dessas certificações, a B4 também deve divulgar mais novidades em breve, por meio de seus canais oficiais.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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