Recicladores de papel querem dobrar meta de uso do insumo pela indústria até 2025

Recicladores de papel querem dobrar meta de uso do insumo pela indústria até 2025

Plano Nacional de Resíduos Sólidos prevê 30% e associação do setor pede 60%

A Associação Nacional dos Aparistas de Papel (Anap), que reúne empresas que reciclam mensalmente milhares de toneladas de material recolhido das ruas pelos catadores e entregue também pelo comércio varejista, atacadistas e indústria, quer dobrar a meta de uso do insumo pela indústria até 2025.

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos o Planares (Planares) estabelece uma meta de reciclagem de papel e papelão de 30% para 2025. A associação propõe aumentar essa meta para 60%, crescendo progressivamente até 85% em 2034, superando a meta de 40% inicialmente prevista.

Na prática, conforme a Anap, já se utiliza os 60%, mas o Planares não considera esse número, o que desestimula a indústria a utilizar o insumo.

A reivindicação foi encaminhada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) em reunião recente realizada em Brasília entre a diretoria da Anap, o Instituto Giro – entidade que emite certificados necessários que comprovam o cumprimento das PNRS pelas empresas envolvidas –  e representantes do governo.

“Mostramos a necessidade de evoluções na legislação brasileira que possam aprimorar os indicadores de reciclagem de papel e papelão, promovendo uma economia circular mais eficiente e alinhada com os padrões internacionais”, afirma João Paulo Sanfins, vice-presidente da entidade.

Atualmente, outros segmentos reciclam bem mais. Segundo a Anap, no caso das latinhas de alumínio quase 100% é reutilizado; PET, 56%; e sucata metálica, cerca de 40%. Sanfins lembra que os aparistas de papel aguardam para o final do ano um decreto presidencial que definirá o percentual mínimo obrigatório de material reciclado que as indústrias de embalagens terão de obedecer na produção. Decreto semelhante já está valendo, por exemplo, para o vidro.

Além das metas de reciclagem, a Anap propôs, entre outras questões:

1. Embalagens secundárias e terciárias: esclarecer as definições no Planares para incluir embalagens de papel primárias, secundárias e terciárias, abrangendo a contenção, conservação, manuseio, proteção e transporte dos produtos nelas acondicionados;

2. Cartonados longa vida: produtos compostos por 75% de papelão, 20% de plástico e 5% de alumínio devem seguir as metas de reciclagem de papel e possuir uma categoria separada para receber incentivos adequados, atendendo às demandas de empresas do setor, como a Tetrapak;

3. Notas fiscais: para verificação do cumprimento das metas em um determinado ano fiscal, serão aceitas apenas as notas fiscais eletrônicas emitidas no ano fiscal corrente ou no anterior, garantindo maior controle sobre a logística reversa;

4. Aumento do conteúdo reciclado: proposta para estimular a demanda por créditos de reciclagem de papel, reduzindo a dependência de matéria-prima virgem.

“No Brasil, muito produtores utilizam celulose como matéria-prima, que vem diretamente das dos eucaliptos. Com isso, o uso de papel reciclado fica a mercê das alterações dos preços de celulose”, diz Sanfins. “A cooperação entre a Anap e o MMA demonstra um esforço contínuo para aumentar a transparência, a rastreabilidade e a certificação na produção de papel e papelão, consolidando o Brasil como líder na produção sustentável e no avanço da Economia Circular”, afirma o executivo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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